O antigo líder do PSD e conselheiro de Estado Luís Marques Mendes diz que, no caso da fuga de cinco reclusos da cadeia de Vale dos Judeus, “não falhou apenas a prisão, falhou todo o sistema de segurança interna”. No espaço de comentário semanal na SIC, este domingo, Marques Mendes afirmou que o episódio “significa que as coisas não estão oleadas”, ainda que a ministra da Justiça tenha reagido “bem”, apesar de tarde.
“Saíram cinco reclusos e só passado quatro dias é que foram emitidos mandatos de captura. É de um amadorismo sem limites”, comentou. “Só não é de gargalhada porque é grave.” Marques Mendes faz uma avaliação positiva da reação de Rita Júdice, ministra da Justiça, que apesar de ter reagido “tarde reagiu bem, sobretudo porque foi muito determinada”, notou, destacando a decisão de substituir o diretor geral das prisões (“inevitável”, classifica), o pedido de uma auditoria de segurança a 49 cadeias do país (“óbvio”, considera) e de outra “mais demorada de gestão” (“obrigatória”, diz).
Lucília Gago “sai daqui a um mês e não vai deixar saudades”
“É o estilo a que ela já nos habituou: muito arrogante, nunca reconhece uma falha nem um erro. Acho inqualificável. Ficava-lhe bem um bocadinho mais de humildade”. Assim descreveu Marques Mendes a postura de Lucília Gago, Procuradora-geral da República, durante a audição na Assembleia da República esta terça-feira.
“Não apreciei a prestação dela”, disse. “Não é uma boa imagem”, disse sobre a reação de Gago às críticas que lhe são dirigidas. “Achar que cada crítica que lhe é feita é quase um caso de Estado… Em democracia o que é normal é cada um de nós poder ser criticado”, afirmou. Por isso, “acho que [Procuradora-geral da República] sai daqui a um mês e não vai deixar saudades”.
O comentador político deixou ainda rasgados elogios à “equipa de luxo” e com “peso político” do Ministério da Educação, a propósito das duas medidas aprovadas esta semana para dar resposta ao problema da falta de professores, que afeta sobretudo Lisboa e Algarve.