Os trabalhadores a recibos verdes do JN, Evasões, Notícias Magazine e Volta ao Mundo afirmaram esta segunda-feira que ainda não receberam o vencimento de julho, a cargo ainda do Global Media Group, num atraso que afeta cerca de 130 pessoas.

Num comunicado, estes trabalhadores referiram que à data desta segunda-feira “os trabalhadores a recibos verdes do JN, Evasões, Notícias Magazine, Volta ao Mundo ainda não receberam o mês de julho, ainda a cargo da Global Media Group”.

Na mesma nota, indicam que, até ao momento, “os referidos trabalhadores não têm qualquer justificação ou explicação por parte da administração da Global para mais um incumprimento no pagamento dos salários que deveriam ter sido pagos no dia 7 (mas que há vários anos são pagos depois do dia 10)”.

Alertam que a situação, “mais uma de desprezo e desrespeito para com estes trabalhadores, está a levar pessoas ao desespero por dependerem deste vencimento para pagarem contas, para viverem”.

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Os trabalhadores denunciam que “estes atrasos sistemáticos afetam a vida de cerca de 130 trabalhadores, económica e emocionalmente”, lamentando o silêncio da parte da Global Media Group.

“Recorde-se que com a venda de vários títulos do grupo, no fim de julho, a Global Media recebeu milhões de euros”, remataram.

O presidente do grupo Bel e acionista da Global Media afirmou, em declarações à Lusa em 31 de julho, que foi “preciso haver muita determinação” para concretizar as operações dos dois últimos dias, as quais somam “mais de 20 milhões de euros”.

O Estado comprou nesse dia 45,71% da participação da Global Media e da Páginas Civilizadas na Lusa por 2,49 milhões de euros, passando a deter 95,86% do capital da agência noticiosa, depois de na véspera ter sido concluída a venda do Jornal de Notícias (JN) e TSF, entre outros títulos da Global Media à Notícias Ilimitadas (NI) e a compra da posição que o fundo WOF (World Opportunity Fund) tinha na Páginas Civilizadas.

“Foi mais que uma maratona, foi daquelas maratonas que são feitas em vários dias, uma por dia, foi uma negociação muito difícil, foi preciso haver muita determinação, muita resiliência em todas as equipas, desde advogados, administradores da Global, parceiros, financiadores de venda”, referiu Marco Galinha, que também é acionista da Páginas Civilizadas, no final da conclusão da venda da posição na Lusa.