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A Ponte 25 de Abril, em Lisboa, esteve fechada nos dois sentidos durante uma hora para uma operação da PSP de detenção de três suspeitos de participar em assaltos a ourivesarias em Fátima. A ponte reabriu às 13h00.

A PJ, no X, partilhou a “operação bem sucedida” que resultou na detenção, nesta quarta-feira, de “três homens suspeitos da prática do crime de roubo praticado em ourivesarias, em Fátima”. “Após a prática do crime, esta PJ iniciou de imediato a perseguição aos suspeitos, com o apoio da PSP”, acrescenta.

À Lusa, o porta-voz do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP informou que a ponte foi encerrada ao trânsito pelas 12h30 desta quarta-feira devido a uma operação que a Polícia Judiciária está a desenvolver. A intervenção da PSP para o encerramento do trânsito da ponte em ambos os sentido, entre Lisboa e Almada (distrito de Setúbal), foi solicitada pela Polícia Judiciária. “A situação está em desenvolvimento”, acrescentou a mesma fonte.

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Ainda em Fátima, os fugitivos dispararam contra a PSP quando os agentes os tentaram deter e a partir daí começou a perseguição, que só terminou na Ponte 25 de Abril. Os homens são considerados “muito violentos”, revelou fonte policial ao Observador.

Um vídeo partilhado no X mostra parte da perseguição na ponte, com os agentes da polícia a sair de uma viatura e a perseguir os três homens a pé. É ainda visível o momento em que um suspeito tenta escalar a estrutura da ponte num último esforço para escapar à detenção.

Outras imagens e vídeos, na mesma rede social, mostram o momento da detenção de um homem que salta o separador da ponte e acaba por ser imobilizado por dois agentes.

A circulação ferroviária na ponte também esteve parada por “breves minutos” por ordem da PSP. A paragem  resultou num atraso de cerca de cinco minutos de uma composição, confirmou ao Observador fonte da Infraestruturas de Portugal.

O diretor do Departamento de Investigação Criminal de Leiria da Polícia Judiciária (PJ) admitiu que o grupo detido possa ter cometido mais assaltos além de dois roubos a ourivesarias em Fátima. “Acreditamos que, considerando a mobilidade desta gente, poderá haver mais assaltos noutras latitudes do território nacional”, declarou à agência Lusa Avelino Lima.

Avelino Lima adiantou que dos detidos, todos portugueses e sem profissão conhecida, um tem 19 anos e os outros dois 24. Estes últimos “têm antecedentes criminais, precisamente, por este tipo de crime, assaltos à mão armada e, inclusive, a ourivesarias”.

A investigação que levou à detenção dos suspeitos começou após um primeiro assalto, no dia 28 de agosto, também a uma ourivesaria na cidade de Fátima, sendo que a atuação naquela data foi “muito similar” à desta quarta-feira.

Nos dois casos, são milhares de euros em artigos que foram roubados, referiu este responsável da PJ, explicando que no caso do primeiro assalto o processo identificativo das peças já consta nos autos, “com o respetivo valor comercial”.

“No assalto de hoje foi tudo recuperado”, pelo que a empresa recuperará os artigos, mas antes serão “objeto de identificação e de avaliação”, esclareceu.

Nos dois crimes, além de uma arma de fogo, recuperada esta quarta-feira e que se encontrava municiada, foi utilizado um martelo “para partir montras”, sendo que tudo indica que dois dos elementos concretizaram o assalto no interior dos estabelecimentos enquanto um terceiro aguardava numa viatura, prosseguiu.

“Desde que a investigação passou a iniciar-se, com o primeiro assalto, foi todo feito um trabalho de recolha de informação”, explicou Avelino Lima, exemplificando com “vigilância, acompanhamento, monitorização”, pelo que “todo este conhecimento ajuda a antecipar até acontecimentos”.

O diretor adiantou que a PJ tinha o dispositivo montado e, “a partir do momento em que é sinalizada a presença da viatura, acontecendo o que aconteceu”, o grupo de suspeitos foi acompanhado “e, logo que houve condições de segurança”, foi detido.

“Aconteceu naquele sítio em concreto [Ponte 25 de Abril], mas podia ter acontecido noutro sítio antes”, afirmou, justificando que houve condições de segurança para o fazer e destacando o papel da Polícia de Segurança Pública que a pedido da PJ ajudou esta força policial para uma “abordagem segura para evitar danos pessoais”.

Avelino Lima disse ainda esperar que a PJ tenha “cessado a atividade deste grupo”, que classificou como perigoso e com uma capacidade operacional muito grande, e que na quinta-feira, quando se prevê que sejam presentes a um juiz de instrução criminal para aplicação de medidas de coação, “a justiça seja aplicada”.

“Para já, fizemos a nossa parte e estamos em crer que a justiça vai fazer a restante”, incluindo a eventual responsabilidade dos suspeitos noutros assaltos, salientou, salientando ter tido a “oportunidade de ver o que se passou dentro dos estabelecimentos [imagens de videovigilância] e as vítimas, e bem, não resistiram”.

Notícia atualizada às 18h48 com as declarações do diretor do Departamento de Investigação Criminal de Leiria da PJ