O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou esta quarta-feira que as forças armadas vão continuar a atacar “com força” as posições do grupo xiita libanês Hezbollah até que seja garantido o regresso dos deslocados do norte do território israelita.

“Estamos a atacar o Hezbollah com golpes que não podiam imaginar. Estamos a fazê-lo com força, estamos a fazê-lo com determinação. Prometo-vos uma coisa: não descansaremos até que eles [os deslocados] regressem a casa”, disse Netanyahu num vídeo publicado no seu perfil oficial na rede social X, no qual reafirmou que os ataques são dirigidos ao Hezbollah e não contra o Líbano.

Netanyahu deverá reunir-se esta quarta-feira à tarde com o Gabinete de Segurança em Telavive para analisar a situação na frente libanesa, antes de se deslocar aos Estados Unidos para participar na Assembleia-Geral da ONU.

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Na segunda-feira, Israel iniciou uma intensa campanha de bombardeamentos, sobretudo no sul e leste do Líbano, justificando que está a visar posições do Hezbollah e ‘rockets’ e mísseis alegadamente escondidos em zonas civis para atacar o território israelita.

Os bombardeamentos, na escala de centenas em três dias, já custaram a vida a mais de 600 pessoas e provocaram a deslocação de dezenas de milhares de libaneses, segundo as autoridades do Líbano.

“Não posso explicar-vos tudo o que estamos a fazer, mas posso dizer-vos uma coisa: estamos determinados a trazer os nossos habitantes de volta ao norte em segurança”, insistiu Netanyahu no vídeo esta quarta-feira divulgado, referindo-se a cerca de 60 mil israelitas que abandonaram as suas casas devido aos confrontos com o grupo libanês aliado do Irão.

O chefe do Estado-Maior israelita, Herzi Halevi, comentou esta quarta-feira que os ataques aéreos ao Líbano nos últimos três dias servem para preparar o terreno para uma possível incursão terrestre contra o Hezbollah, depois de o Exército ter convocado duas brigadas de reservistas.

“Ouvem-se os aviões lá em cima, atacamos o dia todo. Tanto para preparar o terreno para a possibilidade de entrada como para continuar a atingir o Hezbollah”, disse Halevi durante um exercício militar na fronteira.

Halevi indicou que uma possível operação israelita consistiria em entrar em cidades do sul do Líbano que o Hezbollah “converteu numa grande base militar”, para destruir infraestruturas militares usadas pelo grupo xiita.

Israel acusa o Hezbollah (tal como faz com o Hamas na Faixa de Gaza) de usar casas de civis para armazenar armas e defende que a sua ofensiva nos últimos dias procura degradar as suas capacidades para atacar território israelita.

O grupo libanês tem visado militarmente Israel desde 7 de outubro de 2023, após o ataque do seu aliado palestiniano Hamas em solo israelita, que desencadeou a atual guerra na Faixa de Gaza.

Desde então, Israel e Hezbollah têm trocado tiros numa base diária, provocando a deslocação de dezenas de milhares de pessoas em ambos os lados da fronteira israelo-libanesa.

Israel intensificou os seus ataques contra o Hezbollah no Líbano, à medida que as autoridades de Telavive anunciaram uma deslocação das operações militares da Faixa de Gaza para o norte do país.