Entre as eliminatórias de qualificação na Liga Europa e na Liga Conferência de Sp. Braga e V. Guimarães e as estreias de Sporting e Benfica na Liga dos Campeões, Portugal chegava a esta fase da época com um registo interessante de 12 vitórias e dois empates como há muito não se via em termos internacionais – com tudo o que isso confere depois em termos de pontos para o ranking a Portugal. Esta noite, na Noruega, surgiu a primeira derrota. A primeira derrota e logo no primeiro encontro do FC Porto na Liga Europa, prova onde os dragões são apontados à vitória final. Tudo acabou por contar, como reconheceu o próprio Vítor Bruno.

Samu a derreter gelo entre uma defesa a meter água (a crónica do Bodo/Glimt-FC Porto)

Vindo de um ciclo de duas vitórias no Campeonato depois do desaire em Alvalade, o FC Porto voltou a contar com mais um golo de Samu Omorodion (quarto em quatro jogos, três partidas consecutivas a marcar), teve uma estreia prometedora de Rodrigo Mora e viu Deniz Gül cumprir os primeiros minutos pelos dragões com um golo marcado. No entanto, isso não foi suficiente para evitar a terceira derrota na estreia europeia nos últimos cinco anos, naquele que foi o segundo desaire dos portistas na Noruega em cinco jogos e também o quarto encontro seguido sem triunfos dos azuis e brancos na Liga Europa. No final, Vítor Bruno, que também fazia a sua estreia como técnico principal na Europa, reconheceu erros da equipa.

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“Começámos bem, a chegar com relativa facilidade à área. Sentimos que era uma debilidade as saídas por fora deles mas nunca tivemos jogo controlado perante adversário com jogo muito direto e muito físico. Tivemos dificuldades a travar os movimentos de transição e os duelos, o indicador das faltas ao intervalo é esclarecedor. Procurámos corrigir ao intervalo mas mesmo com dez eles conseguiram ampliar. Depois foi tentar, muito com o coração e com muito jogo aberto a obrigar a largura, mas eles a fecharam-se bem e a agarraram-se ao que tinham no bolso. Perdemos, este está fechado e não adianta pensar mais nele. Temos de preparar o próximo com outra mentalidade”, começou por referir o técnico na flash interview da SportTV.

“No golo do empate tínhamos a bola dentro da área adversária e sofremos uma transição. É um movimento em que eles são fortes e onde devíamos estar mais equilibrados mas não me parecia que devíamos mudar a nossa forma de jogar mesmo depois do golo inaugural, muito cedo. O adversário foi contundente e fez-nos mal. Após a expulsão tentámos dar largura e realizámos vários remates mas muitos deles não enquadrados. Houve mérito do adversário, estão de parabéns”, acrescentou a esse propósito.

Em paralelo, Vítor Bruno assumiu também que toda a conversa em torno do favoritismo do FC Porto para ganhar a competição pode ter abalado de forma negativa a equipa. “Se pudesse não chutava [a questão do favoritismo] para canto, chutava para fora do estádio. É um peso muito grande para um plantel tão jovem como este, além de que não faz parte do nosso compromisso diário. Pensar muito à frente era o primeiro erro para a equipa cair. Tropeçámos, há quem se levante, outros não, mas isto é para quem se levanta rápido”, referiu o treinador dos azuis e brancos a esse propósito também em declarações à SportTV.

“Se continuava a entrar com as três alterações na equipa? Arrependimento zero de quem entrou. Sou eu que trabalho com eles, sei o que me dão. Sei o que o Marko [Grujic], o [Iván] Jaime e o Gonçalo [Borges] me dão, e penso que não foi por aí, pecámos no coletivo. Era fácil para nós marcar e colocar-nos atrás, outro treinador fá-lo-ia, mas não quisemos abdicar do nosso momento de pressão. O adversário aproveitou isso e sentimos dificuldades em parar as suas transições. Eles provocaram-nos dano de forma competente e com mérito, ponto final. Há mais sete jogos para fazer e temos de atalhar caminho rapidamente, já no domingo noutra competição. Os campeões têm de dar o passo em frente e não há tempo para chorar no molhado. Há muito tempo mas temos de olhar para o jogo de outra forma”, disse depois na conferência.