Devido à quebra das vendas e à consequente redução da produção, o Grupo Volkswagen anunciou que vai encerrar, no final de 2024, a sua fábrica de Nanjing, uma joint-venture com a SAIC Motor, em tudo similar às que os construtores estrangeiros eram obrigados a criar para poderem comercializar os seus veículos na China e em que essencialmente ofereciam 50% a um fabricante local controlado pelo Estado. Esta unidade fabril produz o VW Passat, bem como alguns modelos da Skoda, todos eles com motores a combustão, a solução que mais tem caído no ranking das vendas chinês.
Com uma capacidade de produção de 360.000 unidades por ano, a fábrica de Nanjing não foi a única pertencente à joint-venture VW-SAIC a ser vítima da redução das vendas. Há uma outra fábrica similar, em Ningbo, que há meses que está a produzir um volume mínimo só para se manter em funcionamento, o que provavelmente não se irá manter durante muito mais tempo. E, a confirmar-se a tendência, são as fábricas chinesas especializadas na produção de modelos a combustão as que mais sofrem, pois as que produzem veículos eléctricos continuam a funcionar em pleno e a exportar — até para a Europa — o excesso de produção.
O Grupo Volkswagen participa na China em três joint-ventures com outros tantos fabricantes locais, nomeadamente a SAIC, a FAW e a JAC, todos eles construtores controlados pelo Estado chinês, através dos quais opera 39 fábricas e emprega 90.000 chineses. Mas, segundo a Bloomberg, no que é corroborada pela Reuters, as fábricas da VW-SAIC produzem hoje apenas 58% da sua capacidade instalada, ou seja, longe dos 2,1 milhões de veículos. E se considerarmos as 39 fábricas que a Volkswagen possui na China em parceria, a produção caiu 25% desde 2019, com o início da pandemia, com a quebra a ser de 50% se comparada com os valores de 2015.
Numa fase em que o conglomerado germânico anunciou pretender fechar duas fábricas na Alemanha, com uma terceira a estar à venda, esta na Bélgica, tudo para reduzir os custos e tornar a empresa mais rentável, é expectável que aumente o encerramento das fábricas em parceria. Esta estratégia está em linha com o que a Stellantis já teve de enfrentar num passado recente e com o que a Mercedes anunciou.