Mais de 500 mil painéis solares, instalados na comuna de Biópio, província de Benguela, geram 144.9 megawatts e beneficiam quase um milhão de angolanos, um investimento de 500 milhões de dólares para um conjunto de sete centrais.
Segundo o diretor do Centro Fotovoltaico do Biópio, Nilton de Carvalho, os painéis solares ocupam uma área de 360 hectares e geram 144.9 megawatts de energia, reforçando, desde 2022, o sistema regional centro e norte.
O responsável frisou que o governo está apostado na diversificação da sua matriz energética, com foco para as energias limpas, destacando a existência de centrais hídricas “com muita potência de geração de energia”, como as barragens de grande porte de Laúca, Kapanda, Cambambe e brevemente de Caculo Cabaça, além das grandes centrais solares.
O diretor do Centro Fotovoltaico de Biópio admitiu que há ainda comunidades, sobretudo as zonas rurais, sem acesso à energia, mas o governo vem investindo para a montagem de outras centrais com vista a colmatar o défice nessas localidades.
“Estamos inseridos na rede de 220 quilovolts, da rede da região central e região centro, onde estão interligadas dez províncias, que são abastecidas quer de energias limpas hídricas, como também das centrais solares”, frisou.
Há previsões para dentro de pouco tempo, segundo Nilton de Carvalho, para que toda essa energia da região centro seja interligada à linha da região sul “e futuramente poderá ser o leste”.
“É uma linha que poderá ser adjudicada ao país todo”, vincou.
A Central Fotovoltaica do Biópio foi um projeto desenvolvido pela Sun Africa, multinacional dos Estados Unidos da América focada em soluções de energia renovável, presente em Angola desde 2018, trabalhando em parceria com o Ministério da Energia e Águas.
Segundo o representante da Sun Africa na Conferência sobre a Coordenação do Apoio ao Corredor do Lobito, realizada quarta-feira, em Benguela, iniciativa da Power Africa, o projeto prevê a implementação de sete centrais solares.
“Foi um financiamento externo por parte do SEK, uma agência de crédito à exportação sueca, que ronda 500 milhões de dólares (447,8 milhões de euros) para um conjunto de sete centrais, que totalizam 370 megawatts”, disse Eguinilson da Silva.
Eguinilson da Silva frisou que tendo em conta o sucesso obtido no desenvolvimento desta central do Biópio, foram já identificadas outras necessidades, em áreas mais recônditas, pelo governo angolano.
“Solicitou-nos também a necessidade de desenvolvermos míni-redes para localidades a volta do país, que ainda não estejam interligadas pelo sistema nacional, para colmatar as necessidades de uma maneira mais rápida”, frisou.
De acordo com Eguinilson da Silva, está próximo da fase de execução esse projeto com o financiamento aprovado, recentemente, de 1,6 mil milhões de dólares (1,4 mil milhões de euros), pelo EximBank dos EUA, para a instalação de 65 mini-redes no sul do país, com uma capacidade instalada de 220 megawatts.
Em Angola, a Sun Africa tem já projetos desenvolvidos nas províncias da Lunda Norte, Lunda Sul e Moxico.
*** A Lusa viajou para o Lobito a convite da Emabixada dos Estados Unidos em Luanda ***