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O regresso ao Variedades, PREC em festa e um musical: seis espetáculos para ver em outubro

A ansiada reabertura do Teatro Variedades, no Parque Mayer, a nova criação de Sofia Dias e Vítor Roriz ou o festival Temps d’Images estão entre os destaques dos palcos este mês.

“Entraria Nesta Sala” e “The Swimming Pool Party”

De Ricardo Neves-Neves | Teatro Variedades, Lisboa, 5 a 27 de outubro

O Teatro Variedades, em pleno Parque Mayer, em Lisboa, reabre as suas portas inteiramente renovado, depois de três décadas de encerramento. É Ricardo Neves-Neves que faz as honras teatrais inaugurais com duas peças que escreveu há uns anos e nas quais assume agora também a encenação. Trata-se de Entraria Nesta Sala e The Swimming Pool Party.

Fachada do Teatro Variedades, Lisboa, 14 de março de 2024. CARLOS M. ALMEIDA/LUSA

Fechado há trinta anos, o Teatro Variedades reabre finalmente no Parque Mayer, em Lisboa, com um fim-de-semana recheado de programação de entrada livre

CARLOS M. ALMEIDA/LUSA

A primeira é um “exercício de imaginação humorística” que baralha citações e referências do nosso imaginário, numa aventura que cruza “Hitler, Nossa Senhora e figuras míticas do cinema português dos anos 30 e 40”. A segunda trata um “estranho caso de um assassinato no Teatro Variedades”. As peças sobem a palco nos mesmos dias, com diferentes cenários e elenco, num exercício logístico ambicioso para a reabertura de uma mais míticas salas da capital.

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Teatro Variedades, Lisboa. 5 a 27 de outubro. Dias 5 e 6 de outubro a entrada é gratuita, mediante levantamento de bilhetes no dia do espetáculo, a partir das 15h na bilheteira do Parque Mayer (máximo 2 bilhetes por pessoa).

“As Grandes Comemorações Quase Oficiais do Período Histórico Habitualmente Conhecido como PREC (Processo Revolucionário em Curso)”

De Teatro Experimental do Porto e ASSéDIO | Teatro Carlos Aberto, Porto, 3 a 6 de outubro

Ainda a propósito do 50.º aniversário do 25 de Abril, o Teatro Experimental do Porto e a ASSéDIO juntam-se para celebrar o Processo Revolucionário em Curso (PREC). Neste espetáculo que revisita momentos, protagonistas e discussões do PREC, pretende-se “contrariar a ideia de que este foi um período dominado pelo caos e por excessos ideológicos”. “Este não é um espetáculo imparcial”, avisa a Comissão de Festas. A encenação é de Gonçalo Amorim e a coordenação dramatúrgica de Rui Pina Coelho.

A propósito do 50.º aniversário do 25 de Abril, o Teatro Experimental do Porto e a ASSéDIO juntam-se para celebrar o Processo Revolucionário em Curso (PREC). A encenação é de Gonçalo Amorim e a coordenação dramatúrgica de Rui Pina Coelho.

A “estrutura PRECformativa” frisa: este espetáculo é “parcial, de esquerda, anti-reacionário e antifascista”. Quem disse que o teatro tem de ser imparcial?

Teatro Carlos Aberto, Porto. 3 a 6 de outubro. Quinta e sábado, às 19h, sexta, às 21h, domingo, às 16h. Bilhetes a 10€. 

“Primeira Solidão”

De Catarina Mourão e Rita Cabaço | CAL, Lisboa, 12 a 13 de outubro

Cruzar artistas das artes do palco e da imagem que nunca antes tivessem trabalhado juntos para criar um espetáculo. É esse o ponto de partida para o projeto estaleiro, do festival Temps d’Images. Depois de juntar nomes como João Fiadeiro e Pedro Costa ou João Galante e José Nascimento, o festival desafiou a cineasta Catarina Mourão e a atriz Rita Cabaço para desenvolverem um projeto conjunto. Daí resultou Primeira Solidão, peça que inaugura o segundo momento do festival, na sua 22ª edição.

A atriz Rita Cabaço (na imagem) sobe a palco com a realizadora Catarina Mourão em "Primeira Solidão", peça que abre o festival Temps d’Images

FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

Ambas as artistas operam a câmara e o som, ambas tomam o palco. O espetáculo é “um encontro e um mergulho na infância”, lê-se na folha de sala que o antecipa.

CAL — Centro de Artes Lisboa, Lisboa. 12 e 13 de outubro. Sábado e domingo, às 21h. 

“Ruído”

De Sofia Dias & Vítor Roriz | Culturgest, Lisboa, 10 a 12 de outubro

Nos últimos dois anos, Sofia Dias e Vítor Roriz estiveram na Fundação Champalimaud numa residência artística. O resultado desse acompanhamento de investigadores do Champalimaud Center for the Unknown é esta peça, Ruído, um conceito que no campo da neurociência adquiriu “uma aura de mistério pela sua omnipresença no funcionamento neural”, escrevem os artistas.

A nova peça de Sofia Dias e Vítor Roriz, "Ruído", é um dos destaques da programação de dança da Culturgest. Os figurinos são de José António Tentente.

A dupla mergulhou na complexidade do ruído, explorando as suas diferentes camadas neste espetáculo que marca o arranque da temporada de dança na Culturgest.

Auditório Emílio Rui Vilar, Culturgest, Lisboa. 10 a 12 de outubro. Quinta e sexta-feira, às 21h, sábado, às 19h. Bilhetes a €14.

“O Fantasma da Ópera”

De Andrew Lloyd-Webber | Campo Pequeno, Lisboa , 15 a 27 de outubro

O espetáculo de Andrew Lloyd-Webber é um dos mais famosos espetáculos do mundo desde que se estreou no West End, em Londres, em 1986, continuando um caminho de sucesso na nova-iorquina Broadway. O musical, baseado no romance gótico de Gaston Leroux, chega em outubro a Portugal, no âmbito de uma digressão europeia, com um elenco que integra duas artistas nacionais: a cantora lírica Lara Martins e a bailarina Francisca Mendo.

O espetáculo de Andrew Lloyd-Webber é um dos mais famosos espetáculos do mundo desde que se estreou no West End, em Londres, em 1986.

A história, levada à cena por todo o mundo, acontece algures no século XIX, em Paris, onde um génio musical — conhecido apenas como “o Fantasma” — circula pelas profundezas da Ópera de Paris, tentando  atrair uma jovem soprano para que esta se torne sua protegida.

Campo Pequeno, Lisboa. 15 a 27 de outubro. Terça a domingo, às 21h, sábado e domingo com sessão extra às 15h30. Bilhetes de €39 a €125.

“Volta para a tua terra”

De Keli Freitas | Cineteatro Louletano, Loulé, 25 de outubro

“O que é ser cidadã, cidadão? Pertencer a uma terra e apenas nela ter o direito a exercer a sua cidadania? Onde fica a “minha” terra? E a “tua” terra, onde é? Quem ou o quê tem o poder de definir onde é a terra de alguém? É possível localizar o começo de alguma história?” São questões que Keli Freitas, dramaturga e atriz brasileira residente em Portugal, coloca a partir da busca pela sua bisavó portuguesa. Um espetáculo que desafia a ideia de pertença: na arte e na sociedade.

"Volta Para a Tua Terra" é um projeto de criação de Keli Freitas (na imagem, à direita), brasileira residente em Portugal, que também é intérprete no espetáculo, ao lado de Ana Gigi (à esquerda).

No segundo episódio de uma trilogia de buscas por mulheres da sua árvore genealógica, Freitas viaja até Torres Vedras, onde a sua bisavó Virgínia nasceu em 1900. Nesta performance-conferência, a artista, que está em palco com Ana Gigi, traz para o debate um tema que atravessa gerações: a xenofobia contra brasileiros em Portugal.

Cineteatro Louletano, Loulé, 25 de outubro. Sexta-feira, às 21h. Bilhetes a €10.

Entramos na “Colónia”, recebemos Carolina Bianchi e regressamos ao Parque Mayer: 13 espetáculos de teatro e dança para ver até ao fim do ano

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