Joshua Kimmich foi protagonistas de uma das principais polémicas dentro do futebol na altura da pandemia de Covid-19. O alemão foi um de cinco jogadores do Bayern Munique que optaram por não ser vacinados, tornando-se mesmo o mais vocal e militante do grupo, e acabou por falhar jogos importantes do clube e da própria seleção. Mais tarde, porém, mudou de ideias.

“Talvez fosse preciso passar por aquilo que passei. Claro que, em retrospetiva, gostaria de ter decidido vacinar-me mais cedo”, disse Kimmich em dezembro de 2021, depois de ser infetado com Covid-19 e acabar por sofrer graves consequências a nível pulmonar. O internacional alemão acabou mesmo por ser vacinado, recuperando o salário que o Bayern Munique tinha entretanto congelado, mas nem por isso se tornou mais consensual.

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Três anos depois, Joshua Kimmich voltou a colocar-se do lado oposto à larga maioria dos colegas de profissão. À margem da concentração da seleção da Alemanha, que vai defrontar Bósnia e Países Baixos na dupla jornada da Liga das Nações, o jogador foi questionado sobre a sobrecarga do calendário — algo que tem sido alvo de críticas por parte de jogadores e treinadores desde o início da temporada, principalmente devido ao aumento de jogos nas competições europeias, no Mundial de Clubes e na Liga das Nações.

“Talvez seja um pouco impopular dizer isto, mas sou daqueles que querem sempre jogar, que gostam de ter muitos jogos. Tenho muita vontade de jogar estes jogos da Liga das Nações”, disse o jogador do Bayern Munique, acrescentando que prefere “uma semana à inglesa”, com vários jogos, do que uma semana normal com jogos apenas ao fim de semana. Ainda assim, mais à frente, Kimmich reconheceu que a maior carga física pode ter consequências.

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“As lesões musculares estão seguramente relacionadas com a alta exigência”, atirou, sem deixar de manter a linha de pensamento logo a seguir. “Mas algumas lesões também surgem de acidentes. Os plantéis são cada vez maiores, já podemos fazer mais substituições. Não sei se um jogador se lesiona menos por ter menos jogos”, concluiu o jogador de 29 anos.

O tema do aumento de jogos em várias competições na atual temporada tem sido recorrente nas conferências de imprensa, com o caso mais paradigmático (e dramático) a ter Rodri como protagonista. Na antecâmara do arranque da Liga dos Campeões, já depois de Alisson defender o mesmo, o internacional espanhol criticou a sobrecarga do calendário e abriu a porta a uma greve por parte dos jogadores. Dias depois, na Premier League e contra o Arsenal, sofreu uma lesão ligamentar no joelho e dificilmente voltará a jogar esta época.

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