O Bigster é o “irmão” maior do Duster, o modelo mais conhecido da Dacia, permitindo à marca romena do Grupo Renault entrar no segmento C, o mais importante em matéria de vendas do mercado europeu. Assume-se como um SUV que respeita a mais recente linguagem estilística do construtor — a aproximação às formas do Duster são por demais evidentes —, mas cresce em dimensões, exteriores e interiores, oferece versões com duas e quatro rodas motrizes e promete um preço muito competitivo, ainda que provavelmente não tão baixo quanto os 25.000€ já anunciados para muitos países europeus, devido à fiscalidade portuguesa.

De fita métrica em mão, o Bigster usufrui de um comprimento mais generoso do que o Duster em 23 cm, anunciando a mesma largura e mais 5 cm de altura. Também a distância entre eixos cresceu e nada menos do que 4,3 cm, atingindo 2,70 m, o que deixa antever mais espaço para as pernas para quem se senta no banco traseiro, num habitáculo que foi originalmente anunciado como podendo oferecer cinco ou sete lugares. Porém, tudo indica que vai ficar limitado a apenas cinco, substancialmente mais folgados do que no Duster. Também a bagageira passou a ser mais generosa, ao disponibilizar 667 litros em vez dos 474 litros do Duster, ou até dos 513 litros do Renault Austral, também ele com 4,57 m de comprimento e 2,72 m entre eixos.

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Mais cilindrada, mais potência e mais bateria

O novo Bigster oferece, pelo menos para já, quatro tipos de mecânicas, três delas com apenas tracção a um eixo (o dianteiro) e uma a disponibilizar tracção integral, a TCe 130 4×4. Esta adopta o motor sobrealimentado com três cilindros e 1,2 litros do grupo francês, mas ainda na versão com 130 cv, recorrendo a um sistema mild hybrid a 48V para reduzir ligeiramente o consumo e as emissões e, simultaneamente, melhorar a resposta ao acelerador a baixo regime, graças ao apoio do pequeno motor eléctrico, alimentado por uma bateria com 0,8 kWh.

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Entre as restantes três alternativas, todas elas com tracção à frente, a mais simples é a TCe 140, que monta a mesma mecânica mild hybrid (3 cilindros e 1.2T), mas na versão com 140 cv, que ganha 10 cv devido a um novo turbocompressor. Os Bigster mais preocupados com os custos de utilização e as emissões são o Hybrid 155, o full hybrid da gama, e o ECO-G 140, a versão equipada com um motor bi-fuel, capaz de queimar gasolina na fase do arranque e depois passar para GPL, substancialmente mais barato e emitindo menos 10% de CO2. A vantagem desta última versão bi-fuel do Bigster, que reduz consideravelmente os gastos com combustível, reside no facto de agora confiar no motor 1.2 turbo com 140 cv, similar às restantes com apenas tracção à frente, inclusivamente a recorrer (pela primeira vez) a um sistema mild hybrid a 48V. Nesta versão, o construtor anuncia uma autonomia de 1450 km, adicionando os 50 litros de gasolina com os 49 litros de GPL que transporta a bordo.

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A derradeira versão do Bigster é igualmente a mais potente. Referimo-nos ao Hybrid 155, o híbrido que estreia um motor a gasolina atmosférico que evolui de 1,6 para 1,8 litros. Este incremento permitiu elevar a potência da unidade a combustão de 94 cv para 107 cv, mas vai incrementar o peso dos impostos a que o veículo passa a estar sujeito. A este novo motor a combustão o Bigster alia duas unidades eléctricas, a que ajuda o motor a gasolina com 50 cv e uma segunda mais pequena (20 cv), apenas para gerar energia e colocar em funcionamento o motor de três cilindros. A bateria desta unidade também é diferente, evoluindo de 1,2 para 1,4 kWh, o que deixa antever uma utilização em modo eléctrico ligeiramente superior e um período de ajuda superior da unidade EV ao motor a combustão.

Entregas em Maio por preços baixos, mas…

A Dacia vai abrir as encomendas para o novo Bigster em Janeiro do próximo ano, prevendo que as primeiras unidades sejam entregues aos condutores nacionais em Maio, incluindo as quatro versões que foram apresentadas.

O novo modelo da Dacia foi anunciado com um preço inferior a 25.000€ na generalidade dos mercados europeus, mas o Grupo Renault não estava a contar com as especificidades do mercado português e o seu complexo sistema fiscal automóvel. Ao incrementar a capacidade do motor a gasolina da versão full hybrid, os 200 cc adicionais vão exigir à marca um esforço para absorver o incremento nos custos, ou implicar um incremento de preço para os clientes.

O Bigster vai ser proposto em quatro níveis de equipamento, dois mais acessíveis, respectivamente o Essential e o Expression, e outros dois mais sofisticados e atraentes, denominados Extreme e Journey.