Os trabalhadores da empresa Nobre, em Rio Maior, que esta sexta-feira cumprem a 15.ª greve, vão intensificar a luta no próximo mês com uma paralisação de dois dias, entre feriados, que resultará numa paragem de seis dias.

Temos entregado moções a cada greve, mas às ultimas cinco a empresa nem dá resposta“, disse à agência Lusa o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (SINTAB) Diogo Lopes, lamentando a inexistência de “qualquer evolução” nas negociações com a administração da Nobre Alimentação, em Rio Maior, no distrito de Santarém.

Os trabalhadores cumprem esta sexta-feira a 15.ª greve convocada pelo SINTAB por falta de reposta ao caderno reivindicativo em que exigem um aumento salarial de 150 euros, a valorização do subsídio de refeição e do trabalho noturno, a implementação de diuturnidades, direito a 25 dias de férias e o fim do recurso à contratação precária, entre outras reivindicações.

Na última paralisação, em 11 de setembro, os trabalhadores concentraram-se em frente à Câmara de Rio Maior e aprovaram uma moção pedindo uma tomada de posição pública do executivo.

A moção foi entregue ao vice-presidente João António Lopes Candoso (Coligação Juntos pelo Futuro — PPD/PSD — CDS/PP) que, segundo o dirigente sindical Diogo Lopes, se comprometeu a entrar em contacto com a empresa para sensibilizar para as negociações”.

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Um mês depois “não houve qualquer evolução”, afirmou o sindicalista, esclarecendo que os trabalhadores “aguardam a marcação de uma reunião com a autarquia para saber se já tiveram alguma reunião com a empresa”.

Perante o impasse, os trabalhadores decidiram esta sexta-feira intensificar a luta com a marcação de dois dias de greve em novembro, agendada para os dias 4 e 5, o que “a juntar ao feriado de dia 1 (sexta-feira), ao fim de semana e ao feriado [municipal de Rio Maior] de dia 6, dará uma paragem de seis dias“, explicou Diogo Lopes.

“A ideia é tentar criar outro tipo de impacto, sendo uma paragem mais prolongada para ver se realmente a empresa está disponível para voltar a negociar”, acrescentou.

De acordo com o sindicato, a greve contou, no primeiro turno, entre a meia-noite e as 8h00, com uma adesão de 60%, tendo estado ao serviço “apenas 11 dos 32 trabalhadores”. Nos turnos diurnos a expectativa do sindicato aponta para “uma adesão na ordem dos 85%” dos cerca de 600 trabalhadores da empresa.

Contactada pela Lusa, a Nobre reafirmou, nas duas últimas paralisações, estar “sempre atenta” às necessidades dos colaboradores e da empresa, acrescentando que realiza “reuniões frequentes com os sindicatos para discuti-las, de forma positiva e transparente”.

Na resposta enviada por ’email’, a empresa reiterava “o compromisso de disponibilidade para dar continuidade às reuniões regulares” com o objetivo de ver “o caminho a seguir”, apesar de, segundo o sindicato, desde julho, não terem obtido respostas às reivindicações.