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A defesa do ex-banqueiro Ricardo Salgado pediu esta terça-feira no início do julgamento do processo BES/GES para que o tribunal fizesse de imediato a sua identificação formal, dispensando-o de seguida de ficar presente na sessão e de comparecer nas seguintes.
“Gostaria de requerer que procedesse à identificação e que a seguir o dispensasse de ficar na audiência e de comparecer nas seguintes”, afirmou o advogado Francisco Proença de Carvalho.
O antigo presidente do BES, que veio acompanhado pela mulher Maria João Salgado devido ao seu diagnóstico da doença de Alzheimer, é um dos arguidos presentes na sala de audiência, que se encontra praticamente completa com advogados, arguidos, comunicação social e público.
A presidente do coletivo de juízes, Helena Susano, perante a falta de oposição de Ministério Público e assistentes, deferiu o pedido para se formalizar já o procedimento: “É adequado e justifica-se tomar a identificação dos que estão e proceder então à identificação de imediato”.
Ricardo Salgado foi então questionado pela presidente do coletivo de juízes sobre o seu nome, que respondeu sem dificuldade, e soube também dizer o nome dos pais, apesar de um lapso nos apelidos da sua mãe.
Lembrou-se de que era banqueiro e de que morava em Cascais, mas não se conseguiu recordar da morada exata.
Questionado pela juíza se queria estar presente no julgamento, Ricardo Salgado não soube responder e o seu mandatário acabou por interromper a magistrada. “Acho que é pacífico que o nosso constituinte tem a doença que tem. Creio que a doutora compreende os efeitos da doença ou então temos de fazer uma perícia”, disse Francisco Proença de Carvalho.
O advogado acabou por se levantar e aconselhar o ex-banqueiro a dizer que queria que o julgamento decorresse na sua ausência, o que aconteceu de seguida, sendo então autorizado pelo tribunal a deixar a sala de audiência pelas 10h25.
Entretanto, vários advogados pediram também que os seus clientes fossem julgados pelo tribunal na sua ausência.
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O antigo presidente do BES, Ricardo Salgado, é o principal arguido do caso BES/GES e responde em tribunal por 62 crimes, alegadamente praticados entre 2009 e 2014.
Entre os crimes imputados contam-se um de associação criminosa, 12 de corrupção ativa no setor privado, 29 de burla qualificada, cinco de infidelidade, um de manipulação de mercado, sete de branqueamento de capitais e sete de falsificação de documentos.
Além de Ricardo Salgado, estão também em julgamento outros 17 arguidos, nomeadamente Amílcar Morais Pires, Manuel Espírito Santo Silva, Isabel Almeida, Machado da Cruz, António Soares, Paulo Ferreira, Pedro Almeida Costa, Cláudia Boal Faria, Nuno Escudeiro, João Martins Pereira, Etienne Cadosch, Michel Creton, Pedro Serra e Pedro Pinto, bem como as sociedades Rio Forte Investments, Espírito Santo Irmãos, SGPS e Eurofin.
Segundo o Ministério Público, a derrocada do GES terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros.