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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, falou esta quarta-feira numa “estreia histórica” nas relações entre a União Europeia (UE) e os países do Golfo na primeira cimeira conjunta em Bruxelas, que “surge num momento crucial”.
“A cimeira do Conselho de Cooperação do Golfo é uma estreia histórica nas relações entre a UE e o Golfo e surge num momento crucial”, escreveu Ursula von der Leyen, numa publicação na rede social X.
The GCC summit is a historic first in EU-Gulf relations, and it comes at a crucial time.
In times of conflicts and climate challenges, Europe will always be a partner for peace and economic progress ↓ https://t.co/RhO1nYnRfy
— Ursula von der Leyen (@vonderleyen) October 16, 2024
“Em tempos de conflitos e de desafios climáticos, a Europa será sempre um parceiro para a paz e o progresso económico”, adiantou a líder do executivo comunitário.
A primeira cimeira entre a UE e os países do Conselho de Cooperação do Golfo decorre esta quarta-feira em Bruxelas, Bélgica, na qual os dois blocos político-económicos debatem os conflitos no Médio Oriente e na Ucrânia.
A reunião começou pelas 16h00 locais (15h00 em Lisboa) e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse esperar o aprofundamento das relações entre os dois blocos, que “estão profundamente conectados”.
A cimeira foi organizada com o propósito de desenvolver uma parceria mais próxima com os países que compõem o Conselho de Cooperação do Golfo (Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Omã, Bahrein, Qatar e Kuwait).
Ainda assim, a atualidade domina o encontro, que é marcado por discussões sobre os conflitos no Médio Oriente e na Ucrânia.
Os países do Conselho de Cooperação do Golfo têm, desde logo, uma esfera de influência maior do que a UE no Médio Oriente, nomeadamente no Irão e no Líbano.
O clima de conflito no Médio Oriente agravou-se há um ano com a invasão israelita do enclave palestiniano da Faixa de Gaza, na sequência de um ataque sem precedentes do Hamas em Israel que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.
Após o ataque do grupo islamita palestiniano Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 42 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.
O envolvimento do movimento xiita libanês Hezbollah, aliado do Hamas e apoiado pelo Irão, abriu uma nova frente de combate e conduziu a uma campanha intensa de bombardeamentos israelitas e, nas últimas semanas, a uma ofensiva terrestre em solo libanês.
As incursões de Israel estão a ser amplamente criticadas pela generalidade da comunidade internacional, que acusa Telavive de uma intervenção militar desproporcionada e sem qualquer preocupação pelos civis.
A guerra na Ucrânia também vai ser discutida nesta cimeira, até porque os países do Conselho de Cooperação do Golfo têm relações com a Rússia.
Países como a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e o Qatar têm uma posição mais favorável à Rússia e não deixaram de comercializar com Moscovo, apesar dos apelos feitos pelos países da UE e dos Estados Unidos da América.
A UE tem acordos de cooperação com os países do Conselho de Cooperação do Golfo e tenta há mais de 30 anos, sem sucesso, um acordo comercial com a região.