Conhecer o corpo é meio caminho andado para se ser um atleta de excelência. Nas últimas décadas, a tecnologia explodiu de tal forma que nem o desporto escapou a esta nova fórmula de analisar o rendimento. Fórmula essa que agora é baseada em números, muitos dados e uma análise tão pouco plural que permite concluir se o desportista teve ou não um rendimento assinalável. Controlar o corpo tornou-se substancial no desporto moderno, conhecê-lo é essencial para manter o nível de desempenho ao longo dos anos.

Um dos melhores casos da atualidade é o do ciclista Tadej Pogacar, atual vencedor das Voltas a Itália e França e campeão do mundo de fundo na estrada (entre outras conquistas em 2024). Nascido em 1998, o esloveno é um dos melhores desportistas da nova geração e, em declarações a um podcast, explicou que controlar e conhecer as suas pulsações é essencial para ter um bom desempenho. O corredor partilhou que, “desde os 12 anos”, utiliza “monitores de frequência cardíaca” nos treinos.

“A frequência cardíaca mais baixa que tive desde que a controlo penso que foi 37 [batimentos por minutos]. Mas a minha média diria que é, assim como durante a noite, 43 ou 42. Há alguns dias em que acordo com 48 ou 49, dependendo se estou doente ou muito cansado. Até 50. Em termos de pulsações máximas, quando era júnior cheguei às 213 em corridas curtas”, explicou o ciclista da UAE Team Emirates, onde é companheiro de João Almeida, António Morgado e dos gémeos Ivo e Rui Oliveira.

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Na entrevista, Pogacar sublinhou ainda que sabe como a sua “frequência cardíaca responde” quando está “cansado ou quando está em forma”, mas frisou ainda que os medidores de potência não têm tanta fiabilidade. “Podia ir apenas pela frequência cardíaca, mas é sempre bom comparar a frequência cardíaca com a potência. Os medidores de potência não são tão confiáveis ​​​​hoje em dia”, devido a fatores como a temperatura e a calibração, que podem originar leituras “erradas”.

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Relativamente aos períodos de treino, Tadej Pogacar revelou que, quando está na zona 2, em que mantém uma frequência entre 60% e 70% do máximo do atleta e permite o desenvolvimento aeróbico, tende a alcançar números de relevância. “A minha faixa fica em torno dos 320 a 340 watts. No Mónaco [local onde vive], é muito difícil ficar muito tempo na zona 2 porque há muitas subidas. Não consegues manter a potência. Mas quando vou para a Eslovénia ou para Espanha, onde é mais plano, gosto de treinar cinco horas na zona 2. Gostava de fazer apenas a zona 2 sem parar”, explicou.