Três detidos e 21 arguidos é o resultado da “Operação Blackout”, que decorreu na quarta-feira em seis distritos visando “desmantelar um grupo” que alegadamente se dedicava ao furto, viciação e desmantelamento de automóveis, anunciou esta quinta-feira a PSP.
A investigação iniciada em 2021 nos distritos do Porto, Lisboa, Braga, Viana do Castelo, Coimbra e Santarém, culminou na quarta-feira com a execução de cerca de 40 buscas domiciliárias e não domiciliárias, indicou a PSP em comunicado.
Segundo a Polícia, a ação visou “desmantelar um grupo de indivíduos que com significativa expressão no litoral norte do país se dedicavam à prática dos crimes de furto, viciação e desmantelamento de veículos automóveis”.
Neste contexto, contabiliza a nota de imprensa, foram feitas três detenções e “a constituição de arguido de 21 indivíduos identificados”.
Nas várias buscas realizadas foram apreendidos 54 mil euros, 15 telemóveis, vários equipamentos de inibição de sinal GSM e GPS, localizadores GPS e diversos equipamentos eletrónicos destinados à descodificação de veículos (máquinas de diagnóstico, computadores portáteis, ‘tablets’ com ‘software’ de descodificação de centralinas, adaptadores de ligação a fichas OBD [sistema eletrónico de autodiagnóstico de veículos]), bem como várias chaves e componentes de veículos automóveis cuja proveniência se suspeita ser resultado de furto, lê-se ainda.
A PSP acrescenta que, das 26 viaturas apreendidas, uma delas foi “recentemente furtada e ocultada em local destinado ao desmantelamento, tendo sido preservados os meios de prova através da Unidade de Polícia Técnica e Forense da Divisão de Investigação Criminal do Porto e acautelada a acomodação daquelas viaturas em local vigiado para se proceder à respetiva perícia técnica”.
Em causa está a prática reiterada de crimes de furto, furto qualificado, recetação, falsificação de documento e alguns crimes de burla relativa a seguros, representando já um conjunto alargado de furtos de veículos automóveis, das mais variadas marcas e modelos, ocorridos na via pública, de âmbito transregional, de elevada especialização técnica e com recurso a tecnologia sofisticada, descreve a Polícia.
“O acesso a uma grande maioria dos veículos furtados ocorria com recurso a dispositivos eletrónicos através de tecnologia automóvel e informática, capaz de interagir com a unidade central do veículo, descodificando e reprogramando-a a fim de garantir a sua plena utilização e subsequente ocultação para iniciar o processo de desmantelamento”, continua o comunicado.
A PSP assinala que, em alguns dos casos identificados, o desmantelamento das viaturas furtadas visou a recuperação de veículos sinistrados e para a satisfação de encomendas no mercado de venda ilegal de peças e componentes automóveis.
Esta operação integra outra, de cooperação internacional, designada “Jad Mobile 7”, que decorre simultaneamente em vários países da União Europeia (UE), e insere-se no Plano de Ação Operacional gizado no seio da prioridade relativa à Criminalidade Organizada contra a Propriedade, do projeto “EMPACT” da Europol.
A PSP refere que esta ação é liderada pela FRONTEX, que tem como colideres a Alemanha, Grécia, Polónia e Espanha com a participação e apoio de outros estados-membros da UE, Portugal incluído, da Europol e da Interpol. O centro de coordenação da operação está instalado em Varsóvia, capital da Polónia.