Deixar o exercício físico para o fim de semana pode ser tão saudável como distribuí-lo por várias sessões, ao longo da semana. De acordo com um estudo da revista científica Circulation, citado pelo El Pais, concentrar a atividade desportiva em um ou dois dias pode reduzir o risco de desenvolver mais de 200 doenças, em comparação com pessoas inativas.
O estudo monitorizou mais de 90.000 pessoas, algumas das quais integravam associações de weekend warriors [guerreiros de fim de semana] — que praticam atividade física intensa entre sábado e domingo —, comparando os resultados obtidos com pessoas que distribuem o exercício físico de forma mais regular e outras consideradas inativas. E concluiu que os “guerreiros de fim de semana” têm mais sucesso a prevenir doenças do que a população inativa e verificou-se ainda que “os resultados são parecidos aos obtidos pelos que dividem mais a atividade durante a semana”, segundo um dos autores do estudo Shaan Khurshid, do Massachusetts General Hospital.
A Organização Mundial de Saúde recomenda um tempo mínimo de 150 minutos (duas horas e meia) de exercício físico moderado, ou 75 (uma hora e um quarto) de exercício intenso, por semana. As pessoas que não atingem essas metas são consideradas inativas. Até agora, as diretivas médicas têm aconselhado a distribuição por vários sessões de atividade desportiva durante a semana. Este estudo pode ajudar a reverter essa tendência.
O facto da idade média dos participantes na investigação ser de 62 anos dá força aos resultados do estudo, porque “é a idade em que mais incidem as doenças referidas e na qual mais tem efeito o exercício físico”, segundo Almudena Beltrán, especialista em medicina interna, citada pelo El País. Do ponto de vista dos médicos, estes resultados são “uma ferramenta muito boa para poder individualizarmos e adaptarmo-nos ao paciente”, afirmou.
“Convém ver se resultados se repliquem noutros estudos, mas na minha opinião são dados consistentes”, disse Rodríguez Padial, presidente da Sociedad Española de Cardiología, citado igualmente pelo jornal espanhol. “150 minutos é o mínimo. Quanto mais melhor. Contudo, o mais importante, como demonstra o estudo é escapar a uma vida sedentária”, conclui.