Entrou como jovem craque, tornou-se uma lenda. Saiu pela porta pequena e em litígio com o clube. Os sete anos de Mbappé ao serviço do PSG foram uma verdadeira montanha-russa. Ora estava tudo bem, ora estava tudo mal. Ora ganhava um troféu, ora perdia outro. Ora aparecia o interesse do Real Madrid, ora assinava um contrato milionário para continuar em Paris. Até junho deste ano, altura em que a ligação entre ambos foi oficialmente quebrada. E o litígio não deverá ter volta a dar.

A incerteza deu lugar à certeza e ao cumprir de um sonho de criança: Mbappé é jogador do Real Madrid até 2029

Perder um dos principais ativos do futebol mundial não foi fácil para o clube parisiense. E foi aqui que começou a batalha judicial que deverá continuar nos próximos tempos. Depois de ter conhecimento da saída de Mbappé para o Real Madrid, o PSG não terá pago ao jogador os salários dos meses de abril, maio e junho, assim como uma parte do bónus que ficou acordado na renovação do contrato, em 2022. Posto isto, o futebolista considera que tem de receber os valores em falta (que serão 55 milhões). Por outro lado, com a saída a custo zero, o PSG considera que não deve nada.

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Depois de a comissão jurídica da Liga Profissional de Futebol francesa (LPF) ter dado razão o jogador e condenado o clube a pagar o valor em questão, o PSG recorreu para a comissão paritária de recurso e o veredito foi conhecido esta sexta-feira: o clube voltou a perder e foi condenado a pagar os 55 milhões de euros. Ainda assim e tendo em conta que os representantes de Mbappé não querem chegar a acordo com o PSG, porque consideram acessível provar o incumprimento, o caso deverá continuar nas instâncias jurídicas.

Liga francesa mantém decisão de condenar PSG a pagar 55 milhões de euros a Mbappé

“Tendo em conta os limites da competência legal da comissão da LFP para tomar uma decisão completa sobre esta matéria, esta deve agora ser submetida a outra jurisdição, já que a LFP não teve em conta os acordos celebrados entre clube e jogador em agosto de 2023. Queríamos argumentar não só a existência de um acordo entre as partes, mas também a má-fé do jogador, que não respeitou as suas promessas. Agora que a comissão de recursos confirmou o parecer da comissão jurídica, o PSG decidiu levar o assunto aos tribunais competentes, continuando a tentar encontrar uma solução amigável com o jogador”, reagiu um porta-voz do PSG ao Le Figaro, acrescentando que “não vai pagar” qualquer montante a Mbappé.

“Chegou o momento: não vou prolongar o contrato”: a emocionada despedida de Mbappé do PSG (sem falar nada sobre Real Madrid)

“O jogador deixou claros e reiterados os compromissos públicos e privados que o clube simplesmente lhe pede que honre e respeite face às vantagens inéditas de que beneficiou do clube durante sete anos no PSG. O clube espera que a palavra proferida seja respeitada sabendo que se o jogador infelizmente decidir continuar esta disputa, o clube será obrigado a fazê-lo ser julgado pelos tribunais competentes e a ter o dano que sofreu e continua a sofrer reconhecido como um resultado da posição incompreensível do seu ex-jogador. É de facto uma questão de boa-fé, de honestidade, de manutenção de valores e de respeito pela instituição parisiense e pelos seus adeptos”, acrescentou o representante.

Deste modo, e assumindo que PSG e Mbappé não vão chegar a acordo nas próximas semanas – o cenário mais provável apontado pela imprensa francesa, tendo em conta os últimos acontecimentos e o que está em causa –, o clube deverá mesmo recorrer para outras instâncias, esperando-se que o caso continue sem decisão no início de 2025. De recordar que o capitão dos bleus chegou a Paris em 2017, a troco de 170 milhões para o Monaco. Em sete épocas, Mbappé tornou-se no melhor marcador da história do clube (256 golos em 308 jogos) e saiu para o Real Madrid a custo zero, de modo a concretizar “um sonho” de criança.