O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, é esperado na Geórgia na segunda-feira para uma visita oficial de dois dias, anunciou este domingo Tbilissi, um dia depois das eleições legislativas ganhas pelo partido no poder mas consideradas “roubadas” pela oposição pró-ocidental.
“Viktor Orban, o primeiro-ministro da Hungria, que detém a presidência da União Europeia (UE), efetuará uma visita oficial à Geórgia nos dias 28 e 29 de outubro”, declarou o Governo em comunicado.
O primeiro-ministro nacionalista húngaro, o único dirigente de um Estado-membro da UE que se mantém próximo de Moscovo, foi um dos poucos a reagir ao resultado das eleições neste país do Cáucaso, felicitando o partido Sonho Georgiano pela sua “vitória esmagadora” no sábado.
A oposição acusa o Sonho Georgiano, no poder desde 2012, de autoritarismo pró-russo e de afastar a Geórgia da UE e da NATO (sigla em inglês da Organização do Tratado do Atlântico Norte), às quais pretende aderir.
Em maio, esta antiga república soviética, com cerca de quatro milhões de habitantes, foi abalada por grandes manifestações contra uma lei sobre “influência estrangeira”, inspirada na legislação russa sobre “agentes estrangeiros”, utilizada para esmagar a sociedade civil.
Bruxelas tinha avisado que as hipóteses de a Geórgia aderir à UE dependeriam destas eleições.
Os resultados também estão a ser contestados pela oposição.
A líder do partido Movimento Nacional Unido (MNU), Tina Bokuchava, afirmou não reconhecer “os resultados distorcidos de eleições roubadas”.
Também este domingo, os observadores internacionais denunciaram uma série de irregularidades, “desigualdades (entre candidatos), pressões e tensões”.
Os observadores do Parlamento Europeu afirmaram ter testemunhado casos de “enchimento de urnas” e “agressões físicas” contra os observadores.
Viktor Orban é frequentemente criticado pelos seus aliados ocidentais pelos laços mais estreitos que estabeleceu com o Presidente russo, Vladimir Putin, desde a invasão da Ucrânia em 2022.
Orban desaprova as sanções aprovadas contra a Rússia e também se destaca pela sua oposição a qualquer ajuda militar a Kiev, bloqueando regularmente a ação europeia neste domínio.