Os maestros João Paulo Santos, António Pirolli e Giampaolo Vessella, a comissão artística interinamente designada para assegurar a direção artística do São Carlos após a saída de Ivan van Kalmthout, assim continuarão até pelo menos ao início do próximo ano. “Dificilmente [o concurso será lançado] antes de 2025, mas recordo que temos um ano para resolver esta questão. Não há pressa”, diz ao Observador Rui Morais, da Opart, à margem da apresentação do concurso Cascais Ópera. “O que interessa é que se faça uma boa programação”, sublinha.

Em julho, em entrevista ao jornal Público, Conceição Amaral, presidente do Conselho de Administração do Organismo de Produção Artística (Opart), apontava o novo concurso público para outubro. “Outubro já não será”, confirma Morais, vogal do Conselho de Administração Opart que, além do TNSC, é responsável pela gestão da Companhia Nacional de Bailado (CNB) e pelos Estúdios Victor Córdon. “Contamos lançar o que falta desta temporada 24/25 ainda este mês. Seguramente até apresentarmos esta temporada não abriremos o concurso”, continua.

“Neste momento estamos a tentar estabilizar toda a programação da próxima temporada que, recordo, ainda não foi apresentada”, acrescenta, lembrando que esta é uma temporada itinerante, já que o teatro está em obras de reestruturação profundas ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e com reabertura prevista para 2027. “Se as coisas não correram bem com aquele diretor artístico houve razões muito ponderosas para depois termos chegado ao desfecho que se conhece. Temos trabalhado com muito afinco com a atual comissão artística, sobretudo com o seu coordenador, que é o maestro João Paulo Santos, para numa primeira fase apresentar a programação até dezembro, que é o que estamos a executar um pouco por todo o país”, descreve. “É um novo paradigma em que todas as semanas, seja com música de câmara, música sinfónica ou ópera, estamos em concelhos por todo o país. Tudo isto é novo para uma casa com a história do São Carlos”.

Rui Morais frisa que “neste momento o fundamental é estabilizarmos a programação”. “Queremos apresentar ainda este mês o que falta da temporada, de janeiro a julho, e só depois é que será pertinente pensarmos então em lançar o concurso para a próxima direção artística”, remata.

Ivan van Kalmthout, primeiro diretor artístico do Teatro Nacional São Carlos escolhido por concurso internacional, cessou funções “por acordo” um ano depois de tomar posse. Após a saída do neerlandês, o conselho de administração decidiu apresentar uma “comissão artística interna” para assegurar a função formada pelos três maestros que dirigem as diferentes valências do teatro lírico: António Pirolli (maestro titular da Orquestra Sinfónica), Giampaolo Vessella (maestro titular do Coro do Teatro Nacional de São Carlos) e o pianista e maestro João Paulo Santos (diretor dos estudos musicais do Teatro Nacional São Carlos). O novo concurso para diretor artístico tem de acontecer no espaço de um ano.

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