Tudo mudou em nove minutos. Depois de uma primeira parte atípica, que mais serviu para testar o real nível de Renato Sanches na missão de controlar o jogo ofensivo dos encarnados, Bruno Lage percebeu os problemas e retificou ao intervalo. Com Kökçü a comandar as operações e Di María a reanimar um corredor direito que esteve morto na primeira etapa, a entrada de Pavlidis acabou por ter um claro impacto no golo e o grego fez uma assistência para o golo de bandeira do argentino e bisou em apenas nove minutos (3-0).

Ángel não aderiu ao boicote e apadrinhou o aparecimento de um Vangelis (a crónica do Benfica-Santa Clara)

Muito se falou nos últimos dias acerca da importância — ou falta dela — de Pavlidis no onze. Bruno Lage foi questionado sobre isso na conferência de imprensa de antevisão à partida desta quarta-feira, explicando que o jogo do grego não se resume a golos, já que as suas “movimentações são importantes para abrir espaços” no ataque. E, apesar de não ter sido opção de início, Pavlidis voltou aos bons velhos tempos e retribuiu a aposta, bisando pela primeira vez de águia ao peito. Para além disso, colocou fim a jejum que perdurava desde setembro.

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Outro dos pontos abordado por Bruno Lage para justificar a utilização de Pavlidis foi o rendimento coletivo e o elevado número de golos que a equipa marcou desde que assumiu o comando. Certo é que, frente ao Santa Clara, o Benfica voltou a golear e chegou aos 22 golos em seis jogos realizados em casa desde o regresso do setubalense, o que perfaz uma média superior a três golos por partida. De resto, na Taça da Liga, os encarnados nunca perderam a jogar em casa (26 vitórias e cinco empates) e estão apurados para a final four pela segunda época consecutiva, procurando somar a sétima conquista.

Após a partida, Bruno Lage foi novamente confrontado com a utilização de Pavlidis, respondendo, na flash-interview da SportTV, que as alterações são normais devido ao número de jogos. “O fundamental é [os jogadores] perceberem a nossa liderança e passarmos confiança. O Pavlidis não era o pior ponta-de-lança do mundo e agora não é o melhor. A jogar de três em três dias, com cinco substituições, toda a gente é importante. É assim que quero que se sintam. Temos de fazer esta gestão em função do rendimento, dos três dias e do desempenho de cada um”, frisou o técnico.

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Final four? É muito importante. Neste momento todos os jogos têm de ser encarados como uma final. Hoje [quarta-feira] tivemos uma e dentro de três dias temos outra [deslocação a casa do Farense]. Essa tem de ser a nossa mentalidade. Para já, este era o nosso objetivo. Este vai ser o primeiro título a ser disputado depois da Supertaça e queremos vencer”, acrescentou Lage, que explicou ainda a presença de Renato no onze: “Os jogadores vão tendo um rendimento e um desempenho, em jogos e em treino, que nos leva a começar a abrir o leque. Não fizemos a pré-época e agora temos jogos consecutivos. Pretendemos dar consistência, que vai surgindo assim. A exigência é elevadíssima”.

Também Pavlidis marcou presença na zona de entrevistas rápida e, à SportTV, explicou que quer “sempre dar o seu melhor”. “É claro que golos e assistências são parte do jogo e vais sentir-te melhor quando os fazes porque ajudas a equipa. Não é por ti. É sempre bom ouvir as palavras do treinador sobre mim. Quero muito ajudar a equipa. É tudo o que eu quero. É bom que o treinador veja isso e confie em mim. Taça da Liga? É uma nova competição para mim, quero vencer, temos de vencer tudo. Estamos num grande clube e temos de vencer”, concluiu.