Mais um dia de manifestações em Moçambique. E, segundo relatos do Canal Moz, nas redes sociais, a polícia dispersou a multidão que se juntava para o protesto abrindo fogo. As imagens são reportadas como tendo sido há cerca de uma hora junto do mercado Central, na avenida 25 de Setembro, em Maputo.
Este é o terceiro dia de protestos, a caminho do dia 7 de novembro, para o qual está convocada “a grande manifestação contra o regime”, conforme é dito pelos organizadores, de apoio ao candidato presidencial Venâncio Mondlane, que contesta os resultados das eleições gerais de 9 de outubro. Mondlane convocou a população a manifestações junto das estruturas locais da CNE e sedes da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder) a partir de quinta-feira, 31 de outubro, e até à manifestação nacional de 7 de novembro.
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique anunciou a vitória de Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder desde 1975) na eleição a Presidente da República de 9 de outubro, com 70,67% dos votos.
Mondlane estará fora do país. O ministro do Interior de Moçambique, Pascoal Ronda, diz que Mondlane estará na África do Sul, a comandar a “manipulação da opinião pública”, acusando-o de incitamento à violência.
No Facebook, Mondlane garante que vai estar dia 7 de novembro, apelando numa outra mensagem a doações. “Precisamos da união e da solidariedade de cada moçambicano – empresários, funcionários públicos, agricultores, estudantes, e cidadãos de todas as esferas. Cada contribuição, seja alimentos, cobertores, tendas, esteiras ou apoio financeiro, fortalecerá nossa estrutura de apoio e nos ajudará a avançar com coragem”.
Já na quinta-feira houve relatos de dispersão dos manifestantes pela polícia com gás lacrimogéneo.
Polícia moçambicana dispersa manifestação entre tensão e tentativas de negociação
Manifestantes em Lisboa pedem “povo no poder”
Mais de 120 pessoas concentraram-se, este sábado, junto à embaixada de Moçambique em Portugal para pedir “o povo no poder”. Os manifestantes entoaram palavras de ordem e contestaram os resultados das eleições gerais moçambicanas.
Além das palavras de ordem, empunhavam cartazes a dizer que “quem adormece na democracia acorda na ditadura” e rejeitando os resultados eleitorais, que deram a vitória a Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder desde 1975.
Antes de começarem a descer em direção à Praça do Comércio, os manifestantes entoaram o hino nacional de Moçambique.
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) moçambicana anunciou em 24 de outubro a vitória de Daniel Chapo com 70,67% dos votos nas eleições de 09 de outubro para escolher o Presidente de Moçambique.
Venâncio Mondlane, apoiado pelo Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos, extraparlamentar), ficou em segundo lugar, com 20,32% dos votos, e contestou os resultados, que ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional.