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Poliform. Uma casa sem "bling bling", design integrado da sala ao closet, e compras para durar

Com curadoria QuartoSala, fiel ao eixo Amoreiras-Chiado, a nova flagship da italiana Poliform abriu portas na Rua D. João V, entre decoração intemporal e uma programação regular.

Depois da Minotti, a QuartoSala inaugura a sua segunda momonarca, agora a um passo do Jardim das Amoreiras © Ariel
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Depois da Minotti, a QuartoSala inaugura a sua segunda momonarca, agora a um passo do Jardim das Amoreiras © Ariel

Depois da Minotti, a QuartoSala inaugura a sua segunda momonarca, agora a um passo do Jardim das Amoreiras © Ariel

A importância de ser “Ernest” revela-se no espaçoso sofá que recebe quem chega. Com as suas formas orgânicas, como quase tudo o que sobressai à vista, sentamo-nos com Pedro d’Orey e Clemente Rosado, sócios da QuartoSala, na nova Poliform Lisboa, a quinta loja do seu universo, que continua a privilegiar o eixo Chiado-Amoreiras, com dois espaços multimarca no Príncipe Real e duas flagship stores exclusivas.

Depois da curadoria aplicada à estreia da Minotti em Lisboa, junto ao Teatro Nacional de São Carlos, não foi fácil encontrar este 2b da Rua D. João V, um edifício dos anos 40, “completamente torcido, sem uma única parede direita”, também por isso desafiante, mas bem enquadrado na geografia urbana, estratégica, e num charme sem arestas. “Não queríamos estar numa zona muito bling bling, nem ter um discurso que fizesse sentido apenas para os super, ultra ricos. Gostamos do Príncipe Real como centro da nossa operação, é um bairro que reúne o que eu acho que Portugal tem de mais interessante, um pé no passado e ao mesmo tempo uma dinâmica de uma coisa nova que está a acontecer.”

© Ariel Vaz

Não sabemos como o futuro brilhará para cada uma das peças em redor por estrear, já que o caminho de cada curadoria tem um desfecho singular. De forma talvez improvável, recordam como a poltrona da série Up de Gaetano Pesce esteve cinco anos seguidos em exposição na loja da Rua do Século, uma criação elevada a statement, “que talvez não se vá vender todos os dias mas é inspiradora”, admite Clemente.

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Em bom rigor, o que sobressai de uma intervenção como esta não são as partes, antes a harmonia da sua soma rumo ao conjunto final, o que se pretende que cada ambiente reflita. “Acreditamos e dizemos isso há 20 anos, que para uma pessoa investir na sua casa deve partir de um conceito, e desmistificá-lo. Muitas pessoas pensam que há um projeto e que vão transformar a casa total de A a Z, e que não vão ter dinheiro para fazer isso. Não, um projeto pode ser algo que está pensado e que pode vir a ser executado em diferentes fases, o essencial é que há um pensamento que vai deixar a pessoa seguir um caminho ao longo de um tempo.”, frisa D’Orey.

© Ariel Vaz

Presente em mais de cem países, a Poliform nasceu em Itália em 1970, lançada pelos primos Alberto Spinelli, Aldo Spinelli e Giovanni Anzani no famoso Brianza Furniture District. A extensão lisboeta ocupa 500m2 em dois pisos e concretiza o conceito de decoração 360º da marca, que assegura um design integrado em todas as assoalhadas, da sala ao closet. Só a iluminação não entra neste puzzle. De resto, dos sistemas de cozinha às portas e apainelados, aos armários e mobiliário de interior e exterior, multiplicam-se as soluções, nesse diálogo entre arquitetura e design cada vez mais atento a espaços reduzidos – e a um renovado discurso sobre o próprio design.

“Acho que há muita coisa que está a entrar no discurso do design que é diferente também do que era há 10 ou 20 anos atrás. É a questão da sustentabilidade mesmo, que é um discurso que pode estar cheio de greenwashing, mas na prática o que nós vemos é que o design e a indústria estão a transformar-se a pouco a pouco. A própria estética está a transformar-se em função de novos materiais que de repente fazem mais sentido, menos agressivos. E também a questão da intemporalidade faz mais sentido e vem muito atrelado à sustentabilidade.”, enquadra Pedro d’Orey, sem esquecer o impacto ao nível local. “Temos a responsabilidade de estar no tecido empresarial da cidade. Quando somos capazes de ter um produto em exposição durante 15 anos, quer dizer que estamos a fazer uma escolha que para as pessoas vai ter valor durante muitos anos e que não é simplesmente frívola. Nada contra ser frívola, mas tem que haver um capital de confiança.”

Fabricio Romano

Curiosamente, a marca despontou na era dourada do atualmente tão diabolizado plástico, outrora motor da democratização no consumo doméstico e fator de empoderamento. Chegados a 2024, se as cidades são outras a lógica de produção e consumo também se vai reinventando. “Não quero deitar isto fora daqui a três meses porque não gosto mais, como se fazia naquela altura com uma peça de plástico. Agora, mesmo uma peça de plástico é pensada para durar e ter uma história longínqua. As pessoas estão muito sensíveis ao que é trendy, ao que é hip, mas não é bem por aí que corre a coisa, porque, na prática, o que fica é mesmo o que é mais duradouro, e é aí que as pessoas também investem mais.”

Amazing “Grace”

Se há 50 anos se expandia a noção de que toda a gente tem direito a ter as mesma ambições para dentro de sua casa, com mais ou menos orçamento, Clemente lembra como muitos objetos dessa era são hoje reeditados pelas marcas, com novos materiais, potenciados pelo efeito de culto. “Grace” não é tão longeva, pelo menos ainda, mas já se perde a conta ao tempo que por cá anda. Foi em 2009 que veio ao mundo a cadeira desenhada por Emmanuel Gallina, e 15 anos depois continua a ser um best seller da Poliform, acompanhada pela não menos requisitada mesa Concorde, outro clássico contemporâneo. Com o batismo de cada elemento determinante, destaque ainda para a mais recente coleção de assentos para exterior, “Magnolia”, “que faz lembrar a natureza”, alude o designer, que encetou em 2008 a ligação com a marca italiana, e que se junta a nomes como Jean-Marie Massaud na criação de peças assinatura para esta casa.

© Ariel Vaz

Qualquer uma delas é criada para um repouso prolongado, que é como quem diz para durar para lá de modas e estações. “Intemporalidade para mim é isso. Não desenhamos para este ano, nem para fazer algo que daqui a dois vai estar ultrapassado. Modernizar e simplificar o quotidiano com elegância”.

Entre Milão e Bordéus, a artesania do made in Italy cruza-se com a arte de viver gaulesa, e liga todos os pontos na experiência de lifestyle, provavelmente, acredita Emmanuel, a maior evolução face ao conceito trilhado no pós-Guerra por pioneiros como Achille Castiglione ou Vico Magistretti, para essa tal visão mais ampla.

Por falar em amplitude, a Poliform Lisboa será um espaço dinâmico com uma programação regular, acolhendo lançamentos de livros, almoços com arquitetos, e outros eventos, num registo intimista. A inauguração, aconteceu sob a direção gastronómica do chef Diogo Noronha, que ocupou a dark kitchen disponível no piso inferior.

A nova loja estará aberta de segunda a sexta-feira entre as 10h e as 19h e aos sábados entre as 10h e as 18h. Encerra aos domingos.

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