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A congressista democrata Nancy Pelosi repetiu esta sexta-feira as suas críticas ao Presidente Joe Biden, por ter insistido numa recandidatura à Casa Branca até tão tarde. Para a antiga speaker da Câmara dos Representantes, os democratas não teriam sofrido uma dura derrota se o partido tivesse tido eleições primárias para escolher o sucessor de Biden, em vez de coroar Harris como candidata a menos de 100 dias das eleições.

Se o Presidente tivesse saído mais cedo, haveria mais candidatos na corrida, haveria umas primárias abertas. A Kamala poderia ter-se saído bem nisso e teria sido mais forte ao avançar. Mas não saberemos, porque isso não aconteceu. E como o Presidente apoiou Kamala Harris quase imediatamente, tornou-se quase impossível ter umas primárias nessa altura”, argumentou, entrevistada num podcast do New York Times, cujo episódio será publicado na íntegra no sábado.

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Apontando este como o grande erro dos democratas, Pelosi recusou as duras críticas de Bernie Sanders. O senador independente, que conseguiu a recandidatura no Vermont, apontou o dedo à desconexão dos democratas com a classe trabalhadora, como justificação para a pesada derrota, que sofreram nas urnas. “Não devia ser uma surpresa para o partido democrata, que abandonou a classe trabalhadora, descobrir que a classe trabalhadora o abandonou”, escreveu Bernie Sanders em comunicado na passada quarta-feira.

“O Bernie Sanders não ganhou. Com todo o respeito que lhe tenho, não o respeito por dizer que o partido democrata abandonou as famílias de classe trabalhadora”, afirmou Pelosi em resposta. A congressista, que acabou de conquistar o 20.º mandato pelo distrito de São Francisco, considera que as questões culturais pesaram mais que as questões económicas.

“Armas, gays e Deus”, foram as questões que deram votos a ganhar aos republicanos, argumenta. “Armas, é uma questão; gays, é uma questão, e agora estão a fazer da questão trans uma questão tão importante nas suas prioridades; e em certas comunidades, o que eles chamam Deus, é o que nós chamamos o direito de escolha da mulher”.