O Presidente da República defendeu, esta quinta-feira, que é preciso apurar os factos sobre a resposta do INEM no contexto da recente greve e eventuais responsabilidades administrativas e políticas, repetindo neste caso a expressão “doa a quem doer”.

“Tem de ser apurado por que é que aconteceu, quem é que devia ter feito e não fez, quem é que fez, mas fez mal, a nível administrativo e a nível político”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa, em resposta aos jornalistas, num hotel de Cuenca, Equador, onde se encontra para participar na 29.ª Cimeira Ibero-Americana.

“E havendo apuramento de factos e havendo que também detetar responsabilidades, que sejam assumidas”, acrescentou o chefe de Estado, que considerou injusto estar a ser acusado de não intervir neste caso como fez no passado e argumentou que quis primeiro apelar à resolução dos problemas.

Interrogado se entende que há responsabilidades administrativas e políticas neste caso do INEM, o Presidente da República respondeu: “Vamos ver”.

“Se houver administrativas e políticas, há administrativas e políticas. Eu uma vez usei, a propósito do caso Tancos, uma expressão que foi considerada muito excessiva na altura, que: é doa a quem doer. No fundo, quer dizer, vendo quais são os planos em que se devia ter agido, não agiu, em que se agiu mal ou agiu tardiamente”, completou.

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Questionado sobre as acusações de não intervir neste caso em relação à ministra da Saúde, Ana Paula Martins, como fez com outros ministros durante a anterior governação do PS, Marcelo Rebelo de Sousa reagiu: “Eu acho que isso é muito injusto, porque eu fui dos primeiros a falar”.

“Ainda não havia ninguém que tivesse falado, nomeadamente da área do poder, quando eu disse: isto que se passa é insustentável, tem de ser encontrada uma resposta rápida, e essa é a prioridade”, referiu.

Segundo o Presidente da República, o apelo que fez neste caso à resolução dos problemas foi semelhante à sua primeira reação perante os incêndios de 2017.

“Eu disse o seguinte: vamos então entender-nos, primeiro, vamos resolver o problema. Exatamente como eu disse quando veio aquela primeira onda de fogos em 2017: vamos primeiro apagar os fogos e depois vamos apurar o que se passou e apurar as responsabilidades”, comparou.

Depois, num “segundo momento”, o Presidente da República defendeu que, “é preciso apurar o que se passou” neste caso do INEM.

“O que se passou em termos de, sabendo que havia uma greve de técnicos de emergência médica, não se ter evitado a greve. Ou, não sendo possível evitar a greve, não se ter prevenido os efeitos da greve. Não se ter olhado para a capacidade do INEM, não se ter olhado para a necessidade de multiplicar essa capacidade, precisamente pela situação de emergência que se vivia. E a capacidade de resposta, num determinado período, não ter existido”, especificou.

“Isso tem que ser apurado”, reforçou o chefe de Estado, acrescentando também há que “detetar responsabilidades”.

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