A Universidade de Coimbra participa na COP29, pela primeira vez, como interveniente em painéis nas áreas da Ciência e da Educação onde, segundo a pró-reitora, partilhará os projetos de sustentabilidade e de responsabilidade social da instituição.
“Vamos partilhar experiências no âmbito da investigação e de boas práticas, bem como colher experiências de outras instituições, sejam elas académicas, não governamentais ou governamentais”, disse à agência Lusa a pró-reitora da Universidade de Coimbra, Patrícia Silva, que, no sábado, integra um painel sobre Natureza e Biodiversidade, no Pavilhão de Portugal.
No dia em que a Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP29) dedica a data ao tema da Ciência, Patrícia Silva apresentará o papel da instituição “na formação das aptidões críticas para a transição climática, posicionando a universidade como uma referência no desenvolvimento de green skills, capacidades essenciais para a sustentabilidade global”.
A professora abordará dois projetos de investigação da Universidade de Coimbra, o Syberac (que investiga os impactos de pesticidas nas vinhas da Bairrada) e o BeSafeBeeHoney (focado na saúde das abelhas e na apicultura sustentável).
No dia 16, o Dia da Educação na COP29, Patrícia Silva integrará um painel de debate no pavilhão da Global Compact Network Portugal (GCNP) onde falará “sobre as práticas que a Universidade de Coimbra tem usado e sobre os nossos planos de sustentabilidade e de responsabilidade social para o futuro”, explicou à agência Lusa.
De acordo com a pró-reitora, a Universidade de Coimbra “está comprometida com o desenvolvimento sustentável, tendo desde há muitos anos uma política alinhada com os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável da Agenda 2030 das Nações Unidas”.
Mesmo assim, admitiu Patrícia Silva, há “um caminho longo a percorrer”, pela universidade “empenhada em se tornar uma comunidade de energia renovável”, e que tem o objetivo de alargar a capacidade instalada a painéis fotovoltaicos, de modo a que “dentro de dois anos seja mais autossuficiente no que diz respeito à produção de energia renovável”.
Em paralelo, “está a apostar muito no uso racional da energia” renovando estruturas dos edifícios antigos, classificados pela UNESCO como Património Mundial.
A sustentabilidade “é transversal a muitas unidades curriculares de todas as nossas faculdades”, afirmou, sublinhando o objetivo de “incutir no espírito dos jovens estudantes, que serão futuros líderes, toda esta consciencialização para a área do desenvolvimento sustentável nas suas diversas vertentes”, com enfoque na parte ambiental, “que é aquela que normalmente tem mais impacto e é mais percecionada pelo cidadão comum, mas colocando também muito foco na parte económica e na parte social”.
A presença da pró-reitora na COP29 servirá ainda para intensificar a presença da universidade em redes internacionais de sustentabilidade, nomeadamente com países de língua oficial portuguesa, onde lideram já alguns projetos.
O reforço “do papel da universidade enquanto Universidade líder no desenvolvimento sustentável em Portugal” passará por continuar a participar em conferências do clima, estando já prevista a presença de uma delegação na COP30, no Brasil, em 2025.
A 29.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP29), decorre até ao dia 22, em Baku, no Azerbaijão.
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