No dia 2 de novembro, o grupo neonazi Reconquista alugou a sala da Assembleia Municipal de Lisboa (AML) e juntou 100 pessoas ligadas à extrema-direita para celebrar o II Congresso Reconquista, avançou esta quinta-feira a TSF e, mais tarde, o Expresso.
De acordo com o Expresso, o Fórum Lisboa foi alugado de forma a que os responsáveis da AML não percebessem que estavam a falar com neonazis. Aliás, ao mesmo jornal, Rosário Farmhouse, presidente da AML, adiantou que “a proposta foi apresentada por uma pessoa singular — uma senhora cujo nome não suscitou qualquer alerta”. Ainda que o grupo neonazi não tenha anunciado à AML a sua identidade, referiu no e-mail enviado que o objetivo do aluguer era realizar uma “conferência sobre a relação entre modernidade e coletivismo e seus efeitos na sociedade” e que a entidade que pretendia o aluguer era o “coletivo de jovens”, do Chega. Fonte do partido, no entanto, negou qualquer envolvimento no processo.
“Grande marcha pela remigração” em Lisboa só juntou cerca de 30 nacionalistas
A AML autorizou a realização daquela “conferência”, cuja organização indicou também no e-mail de pedido de aluguer que o conteúdo do evento estava relacionado com um “conjunto de discursos sobre a atualidade, a imprensa e a sociedade e cultura europeias”. E mais: havia um “discurso realizado por figuras de relevo do cenário nacional e internacional”.
Entre as figuras de relevo indicadas pelo grupo Reconquista, refere ainda o Expresso, está o britânico Steve Laws, que diz ser um “caçador de migrantes”, o belga Dries Van Langenhove, definido pelo jornal Politico como uma “figura-chave da extrema-direita belga”, e ainda o irlandês Keith Woods, com ligações ao Ku Klux Klan.
O Grupo Reconquista promove e divulga ativamente informação contra a permanência de migrantes em Portugal, já invadiu uma marcha pride, assumindo-se contra os direitos da comunidade LGBTQIA+, e tentou impedir, em Lisboa, a apresentação de um livro que promove a inclusão.