Foi uma campanha de quinze semanas intensa em que a candidata presidencial Kamala Harris gastou na totalidade 1,5 mil milhões de dólares (cerca de 1,4 mil milhões de euros), contabilizou o New York Times, num artigo publicado este domingo. Apesar dos custos elevados e dos donativos que foi recebendo, a democrata acabou por perder a corrida presidencial para o adversário Donald Trump.

Dentro do Partido Democrata, questiona-se como é que os custos não tiveram resultados práticos e qual foi o seu destino, principalmente após os democratas terem pedido doações aos membros e simpatizantes no pós-eleições. O diretor financeiro da Comissão Nacional Democrata, Chris Korge, admitiu que a derrota de Kamala Harris nos sete swing states (Arizona, Carolina do Norte, Geórgia, Michigan, Nevada, Pensilvânia e Wisconsin) “chocou” os responsáveis pela campanha.

Citado pelo New York Times, Chris Korge indicou que será feito um “estudo e uma análise da campanha”, que tentará perceber os problemas “na estrutura, na mensagem, nas plataformas e no orçamento”. Por sua vez, à Associated Press, Adrian Hemond, um estratega democrata do Michigan, sublinhou que a campanha de Harris “certamente gastou mais do que foi angariado”.

Ainda que não haja registos públicos da totalidade dos custos de campanha, há alguns gastos que foram desvendados. Por exemplo, Kamala Harris pagou um milhão de dólares (cerca de 938 mil euros) a Oprah Winfrey numa entrevista que também foi uma sessão de perguntas e respostas com os apoiantes. Confrontada pelo tabloide TMZ, a apresentadora de televisão garantiu que não ganhou qualquer verba com a ação da campanha, mas referiu que o dinheiro foi gasto para pagar à produtora: “Estúdios, luzes, câmaras, microfones, staff, produtores e todos os restantes itens, até os bancos e as cadeiras”.

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Durante a reta final da campanha, Kamala Harris organizou concertos de estrelas, como Lady Gaga, Bon Jovi, Christina Aguilera ou Katy Perry. De acordo com o New York Times, os custos serão superiores a 10 milhões de dólares (aproximadamente 9,5 milhões de euros). Tal como Oprah, os cantores não ganharam dinheiro, mas aquela verba foi gasta nos custos de produção.

No concerto de Katy Perry em Pittsburgh, na Pensilvânia, os custos foram mais elevados. A campanha democrata tinha montado um palco, mas, horas antes, o Serviço Secreto assinalou que o concerto não poderia realizar-se por motivo de falta de segurança. Os organizadores do evento tiveram de montar um segundo palco em tempo recorde.

Os gastos em anúncios foram a principal despesa da campanha. Em anúncios televisivos e na internet, a vice-presidente gastou 600 milhões de dólares (cerca de 569 milhões de euros).

Embora todos estes gastos, o diretor financeiro da campanha, Patrick Stauffer, garantiu ao New York Times que “não haverá dívida” e relativizou a questão. “Por causa das doações à vice-presidente Harris, fomos capazes de levar a cabo uma campanha agressiva para chegar perto dos eleitores, mantendo a batalha nos estados-chave muito renhida”, frisou.