Voltou a ser um ano difícil para Miguel Oliveira. Na segunda temporada na Trackhouse, o piloto português voltou a não conseguir registar qualquer vitória ou qualquer pódio na corrida principal, tendo como melhor resultado do ano um segundo lugar na sprint do Grande Prémio da Alemanha. Agora, segue-se a Pramac Yamaha — e a ideia de que é possível voltar aos melhores dias no MotoGP.

Miguel Oliveira despediu-se este domingo da Trackhouse, a equipa-satélite da Aprilia, com um 12.º lugar no Grande Prémio da Solidariedade de Barcelona. O piloto português conseguiu recuperar a tempo de regressar à pista para a derradeira corrida da temporada, depois de quatro etapas de ausência na sequência da fratura no pulso sofrida numa queda no Grande Prémio da Indonésia, e ainda resgatou os últimos pontos pela equipa que representou nos últimos dois anos.

Para além das quatro etapas que falhou por lesão, Oliveira não terminou em França, na Grã-Bretanha e em Aragão, e o melhor resultado da temporada nas corridas de domingo foi mesmo um sexto lugar na Alemanha. Ficou outras quatro vezes dentro do top 10, em Portugal (8.º), Espanha (8.º), Catalunha (10.º) e Emilia-Romagna (10.º), e teve como pior registo da época um 15.º lugar no Qatar e nos Países Baixos.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Em resumo, o piloto português terminou o ano com um acumulado de 75 pontos e no 15.º lugar da classificação geral do Campeonato do Mundo — uma posição acima do 16.º da temporada passada. É o terceiro pior resultado de Miguel Oliveira desde que está no MotoGP, depois do 17.º de 2019 e do 16.º de 2023, seguindo-se o 14.º de 2021, o 10.º de 2022 e o ainda inigualável nono de 2020.

O segredo mais mal guardado já é oficial: Miguel Oliveira assina por dois anos com a Pramac Yamaha e continua no MotoGP

O piloto de 29 anos vai começar a trabalhar com a Pramac — que se sagrou campeã do mundo este domingo, com Jorge Martín — já a partir desta segunda-feira, sendo que os primeiros testes estão marcados para o dia seguinte. Já durante este fim de semana, Miguel Oliveira tinha antecipado a nova mudança de equipa, onde vai fazer dupla com Jack Miller, e a vontade de fazer bem melhor do que nos últimos dois anos.

“Houve várias coisas que me fizeram tomar outro rumo. Naturalmente, as coisas dentro da pista têm muita influência, mas as coisas nos bastidores também influenciam essas decisões. Neste projeto, o facto é que a Aprilia deu uma volta muito grande na sua estrutura técnica, no seu líder técnico, e não sei se era uma trajetória onde me revia nos próximos dois anos. Por isso, a minha escolha foi embarcar num projeto que estivesse em ascensão. É difícil perceber o progresso que uma marca japonesa tem feito, porque também tem esse lado metódico e de filosofia japonesa. Por vezes, as coisas não têm o impacto imediato que todos nós desejamos na competição, mas acredito porque a Yamaha nestas últimas corridas tem demonstrado estar em boa forma. Está claramente numa trajetória de ascensão”, começou por dizer.

“Aquilo que tinha bem claro é que queria estar num projeto que pudesse vencer. Ser tido em conta no projeto. E acredito que na Yamaha vou conseguir fazer isso. Também é fácil dar um salto para o outro lado quando em nossa casa as coisas não estão a correr de feição. Senti, da parte da Yamaha e do Paolo Campinotti [Pramac], uma grande vontade de me colocar a bordo da equipa. De fazer uma boa estrutura ao meu redor, para me dar o melhor material possível. Com esse ambiente que senti, as decisões tornam-se mais fáceis de tomar”, terminou.