Um precisava de cumprir os mínimos, o outro precisava de um milagre. Jorge Martín e Pecco Bagnaia entravam no último Grande Prémio da temporada com a possibilidade de serem campeões do mundo, sendo que o espanhol partia com clara vantagem: só precisava de ser nono, independentemente do resultado do italiano, enquanto que o adversário precisava de ganhar e esperar que o rival não ficasse dentro dos nove primeiros.
A decisão ficou adiada para este domingo, em Barcelona, depois de a corrida sprint deste sábado ter baralhado ainda mais as contas. Pecco Bagnaia ganhou, com Jorge Martín a ser apenas terceiro ainda atrás de Enea Bastianini, e encurtou a distância entre ambos para os 19 pontos que faziam a diferença. De um lado, o italiano da Ducati procurava o terceiro título consecutivo para se sagrar tricampeão mundial; do outro, o espanhol da Prima Pramac procurava o primeiro título da carreira.
Pecco Bagnaia arrancava da pole-position, seguido de Aleix Espargaró e Marc Márquez, enquanto que Jorge Martín era apenas quarto na grelha de partida. “O que acontecer, acontecerá. Ele tem muita margem de manobra. Acho que o Jorge sofre um pouco com a pressão, mas isso é normal. Tenho visto que ele está bastante nervoso”, disse o italiano da Ducati. “Claro que estou um bocado mais nervoso, mas é completamente normal. Mas quero focar-me, como num fim de semana normal. Estou muito tranquilo. Estou contente com isto”, respondeu o espanhol da Prima Pramac.
Pelo meio, obviamente, era impossível não falar de Miguel Oliveira. O piloto português, que sofreu várias fraturas na sequência de uma queda no Grande Prémio da Indonésia, conseguiu recuperar a tempo de se despedir da Trackhouse e arrancava de 14.º depois de ter sido 18.º na corrida sprint. O piloto português cumpria as últimas voltas pela equipa-satélite da Aprilia, sendo que já é certo e oficial que irá vestir as cores da Pramac Yamaha na próxima temporada.
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Ora, em Barcelona — onde a corrida assumia a designação de Grande Prémio da Solidariedade, já que substituía o Grande Prémio de Valencia depois das cheias que afetaram a cidade –, Pecco Bagnaia arrancou bem e segurou a liderança. Jorge Martín ainda rodou no segundo lugar, foi ultrapassado por Marc Márquez e ficou aparentemente confortável na terceira posição, claramente sem querer arriscar um toque ou uma queda que deitassem tudo a perder. Mais atrás, Miguel Oliveira arrancou bem e conquistou duas posições em poucas voltas, colocando-se entre Fabio Quartararo e Jack Miller.
A corrida foi decorrendo da forma expectável. Pecco Bagnaia controlava o pelotão — com Marc Márquez a ignorar claramente a oportunidade quando o italiano até cometeu um erro que podia ter custado a liderança — e Jorge Martín não corria riscos, obviamente ciente de que o terceiro lugar garantia a conquista do Mundial. Pelo meio, Miguel Oliveira mantinha-se em 12.º, uma posição que não deixava de ser positiva depois de tantas semanas de ausência.
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Pouco ou quase nada mudou até ao fim. Pecco Bagnaia ganhou o Grande Prémio da Solidariedade, Marc Márquez ficou em segundo e Jorge Martín encerrou o pódio, uma posição mais do que suficiente para se sagrar campeão do mundo de MotoGP pela primeira vez. Aos 26 anos, o espanhol da Prima Pramac alcançou o degrau mais alto da carreira até agora, no dia em que se despediu da equipa antes de substituir Aleix Espargaró na Aprilia, e colocou a bandeira de Espanha no topo do Mundial quatro anos depois, desde o último triunfo de Márquez.
Já Miguel Oliveira cruzou mesmo a meta em 12.º, naquela que foi a última corrida que fez pela Trackhouse, e conseguiu pontuar depois de várias semanas de ausência. O piloto português terminou o Campeonato do Mundo em 15.º, uma posição acima do resultado da temporada passada, naquele que foi o terceiro pior registo desde que está no MotoGP.
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