O Unidos pelo Liberalismo, que está sem líder desde a saída de Tiago Mayan Gonçalves, vai realizar umas eleições primárias para escolher o candidato do movimento à liderança da Iniciativa Liberal. Em declarações ao Observador, o porta-voz do movimento, Rui Malheiro, explicou que se trata de “uma espécie de eleição dentro do movimento para quem quiser avançar” para a liderança.
Escolhido o protagonista do movimento, será essa figura a liderar uma candidatura contra Rui Rocha. Desta forma, não só há uma abertura para que os subscritores do manifesto se possam candidatar, como esses mesmos subscritores poderão escolher o seu candidato preferencial — se houver mais do que um a concorrer. “Até à hora de fecho do processo poderá candidatar-se qualquer subscritor”, explicou o porta-voz, sem esclarecer os critérios que podem ser fatores de exclusão.
O objetivo, sublinha o porta-voz do movimento, é “legitimar o próximo líder”, numa altura em que o Unidos pelo Liberalismo continua a argumentar que não há pressa para encontrar uma alternativa a Rui Rocha, uma vez que não existe sequer data para a convenção eletiva da IL — deve ser agendada algures para o início do ano no próximo Conselho Nacional, a 30 de novembro.
Ao que o Observador apurou, esta não foi a primeira opção do movimento Unidos pelo Liberalismo, já que numa fase inicial houve até convites diretos para a substituição de Tiago Mayan Gonçalves — e várias negas. Mas o facto de haver diferentes visões dentro do movimento — algumas delas também contra a apresentação de uma candidatura — e muitas dúvidas sobre quem estava ou não realmente disponível para avançar levou a uma decisão considerada “mais democrática“.
Mais do que isso, estas primárias têm outro objetivo: que avancem pelo menos aqueles que consideram ter condições, já que, de outra forma, não parece haver ninguém disponível para se chegar à frente e assumir-se como a melhor escolha. E, sabe o Observador, mesmo dentro daquele que era o núcleo duro de Mayan (a equipa que tinha escolhido) falam-se de vários nomes, mas não mais do que isso — e também esta falta de iniciativa preocupa alguns subscritores.
Oposição interna perdeu Mayan, mas não quer abdicar de ter candidato à liderança da IL
A incógnita sobre o nome arrasta-se
Questionado pelo Observador sobre se continua disponível para avançar para essa candidatura, Rui Malheiro, atual porta-voz do Unidos pelo Liberalismo, referiu que “se os subscritores entenderem que [pode] ser uma alternativa” terá “logicamente” de ponderar.
Outro dos nomes que corria nos corredores do movimento era o de Daniel Moura, que faz parte do movimento e que, sabe o Observador, estava na equipa de Mayan. Natural da Madeira, o ex-PSD é um dos fundadores do núcleo de Arruda dos Vinhos e era visto por alguns membros do movimento como o “preferido” do núcleo duro pela “capacidade de liderança que demonstra” e a postura “agregadora”. Confrontado pelo Observador com a possibilidade, Daniel Moura confirma que o seu nome foi falado, mas afastou qualquer hipótese idêntica: “Não sou candidato.”
O que ainda está em aberto é o que fará Miguel Quintas que, como o Observador revelou, está disponível para uma candidatura à liderança da IL e revelou que irá regressar à política. O Observador apurou, junto de vários membros da oposição interna, que tem havido tentativas de aproximação ao liberal que deixou de ser candidato à Câmara de Lisboa três dias após a apresentação. Porém, mesmo que acabe por haver um candidato do movimento Unidos pelo Liberalismo, se Miguel Quintas quiser mesmo avançar — ainda que em nome próprio — terá, em primeiro lugar, de ser aceite como membro do partido novamente.
Com oposição interna sem rosto, Miguel Quintas está disponível para candidatura à liderança da IL