António Carapeto, o inspetor-geral da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS), nega que haja “qualquer resultado preliminar” ao processo que investiga os alegados atrasos na prestação de socorro por parte do INEM.
Em declarações ao Observador, o inspetor-geral explica que está em curso “um processo de inquérito” e que “os inspetores neste momento estão a recolher documentação, incluindo documentação clínica, e estão a ouvir as pessoas que entendem que devem ouvir para cada um dos casos”, referindo-se a 11 mortes que estão a ser analisadas.
Carapeto reage assim à notícia avançada pela RTP ao início da noite desta segunda-feira, que referia que os atrasos na prestação de socorro terão sido um “fator decisivo” em algumas das 11 mortes, citando dados preliminares que teriam sido apurados pela IGAS. Segundo o canal televisivo, fontes indicaram que houve falhas na resposta do INEM e que, em alguns casos, foram detetadas contradições sobre a ativação de viaturas de emergência e reanimação.
António Carapeto explica ao Observador que não tem “uma estimativa” sobre quando poderá haver uma conclusão sobre este processo, “que é de inquérito e vai ser mais demorado porque é mais denso, tem mais situações a serem investigadas”. “Não consigo neste momento estimar sequer uma data, não será obviamente este ano”, assume.
“Só quando este relatório de inquérito estiver pronto — os inquéritos não têm projeto de relatório, têm um relatório em que ou os instrutores propõem o arquivamento do inquérito ou quando há responsabilidades do foro disciplinar propõem a instauração de processo disciplinar”, detalha.
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(Atualizado às 23h58)