Quase três décadas depois, as noites de glória voltaram a Logroño. Corria a temporada de 1996/97 quando a capital da comunidade de La Rioja teve pela última vez uma equipa no principal escalão do futebol espanhol. Dez anos depois, quis o destino que o CD Logroñés fosse extinto e que a cidade ficasse sem uma equipa de referência. Foi aí que apareceu o empresário local e proprietário da Naturhouse, Félix Revuelta, que fundou uma nova SAD, à qual atribuiu o nome UD Logroñés, e comprou a vaga do CD Varea na Segunda Divisão B, o quarto escalão de Espanha.
É certo que, volvidos 15 anos, o Logroñés continua a navegar pelas divisão secundárias e só por uma vez, em 2020, atingiu o segundo escalão – terminou em 20.º e desceu na época seguinte. Na Taça do Rei as prestações também não têm sido francamente positivas, embora tenha chegado por duas vezes aos 16 avos de final (2020 e 2023). Contudo, a presente temporada tem sido de superação e, apesar de continuar na quarta divisão, o Logroñés luta pela subida e tem dado que falar na Taça do Rei.
????????♂️ Lágrimas en los ojos, mirada al cielo y un héroe sin capa en la #CopaDelReyMAPFRE.
Pol Arnau, lateral e hijo del recordado guardameta Francesc, salvó a la @UDLogrones ocupando la portería en la prórroga e incluso parando un penalti.
Esto es historia.#LaCopaMola???? pic.twitter.com/JflEIiNUa3
— RFEF (@rfef) December 5, 2024
Depois de ter eliminado o Eibar na primeira ronda (casa, 1-0 no prolongamento), as noites de glória voltaram ao Las Gaunas, que se vestiu de gala para receber o Girona, equipa do primeiro escalão e de Liga dos Campeões. Depois de um empate sem golos no tempo regulamentar e que se estendeu para o prolongamento, levar a decisão para os penáltis era desde logo um grande feito. As grandes penalidades acabaram por cair para o lado da casa, que se tornou no mais recente tomba gigantes da Taça do Rei (4-3).
O início da vitória época remonta ainda à primeira parte do prolongamento e ao minuto 102, altura em que Enrique Royo, o guarda-redes principal da equipa da casa, se lesionou. Royo ficou bastante magoado, teve de sair de maca e colar cervical e, como a equipa já não tinha substituições, o lateral Pol Arnau assumiu a baliza. Filho de Francesc Arnau, antigo guarda-redes de Barcelona e Málaga, que morreu em 2021, Pol colecionou duas defesas no prolongamento e foi decisivo… nos penáltis. Com o resultado empatado a uma bola, o ex-Sp. Braga Abel Ruiz assumiu o segundo castigo máximo dos catalães, atirou para a direita, mas Arnau conseguiu parar o remate.
No había visto repetido el penalti que “falla” Stuani en Las Gaunas ante la @UDLogrones hasta ahora. Parece que el balón entra dentro de la portería por completo. ¿Cómo el línea no puede ver desde donde está que entra tan claramente? Me parece un fallo tremendo. @GironaFC pic.twitter.com/RJ2clczEVL
— Jaime San Martín (@JamesanmartinG) December 5, 2024
Contudo, foi já depois de Jon Madrazo, do Logroñés, ter falhado que a polémica se instalou: no último penálti do Girona, Stuani rematou forte à base inferior da trave de Pol Arnau, a bola acabou por baixar para a baliza e, de acordo com as imagens televisivas, embateu no lado de dentro da linha de golo. O árbitro e os assistentes acabaram por não se aperceber desse momento e a equipa de La Rioja fechou a vitória no derradeiro penálti. O avançado uruguaio não protestou o lance e, no final do encontro, o técnico Míchel mostrou-se desagradado com a prestação e a arbitragem.
“Não tivemos uma boa noite, de sucesso ou de qualquer coisa, mas houve um penálti que foi golo. O remate do Stuani entrou, é o que mostram as imagens, e não entendo porque não há VAR. Não se defende da mesma forma um canto, um lance de bola parada ou um fora de jogo. Que não haja [VAR] no futebol profissional, em todas as competições, parece-me um erro porque acontecem estas coisas. Não fizemos um bom jogo, o adversário correu muito e esteve muito bem, não tivemos condições de superá-lo em nenhum momento”, partilhou o treinador catalão sobre o lance que acabou por ter influência no resultado.