Carlos de Almada Contreiras, antigo oficial da Marinha que participou no 25 de Abril e que indicou a canção Grândola Vila Morena, como senha da operação militar, morreu aos 83 anos, adiantou esta quarta-feira à Lusa fonte da família.

Contreiras, que foi Conselheiro de Estado, Conselheiro da Revolução e diretor do Serviço de Coordenação de Informações em 1975 (SDCI), sofreu uma doença súbita, de acordo com fonte próxima da família.

Participou ativamente no 25 de Abril de 1974 e na redação do Programa do Movimento das Forças Armadas, sendo considerado o mais importante membro do MFA dentro da Marinha.

Contreiras, que nasceu em Aljustrel — distrito de Beja — em 1941 e fez os seus estudos secundários no Liceu de Setúbal, tem entre várias condecorações a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, de acordo com uma nota biográfica na página na internet da Comissão Comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril.

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“Ingressou na Escola Naval em 1960. Entre 1964 e 1970 realizou diversas comissões militares na Guiné, Moçambique, Angola e S. Tomé e Príncipe. (…) Depois de passar à reserva, esteve em Moçambique entre 1988 e 1997, com atividades na Secretaria de Estado das Pescas e na FAO. Na Câmara Municipal de Cascais (1997-2007) foi assessor do presidente e diretor do Departamento da Polícia Municipal”, pode ler-se.

Dirigia a coleção “Memórias de Guerra e Revolução” editando obras que procuram estudar e clarificar a memória histórica da Revolução de Abril de 1974, sendo coordenador das obras: Operação Viragem Histórica (2.a ed.) – 25 de Abril de 1974 e A Noite que Mudou a Revolução de Abril – A Assembleia Militar de 11 de Março de 1975.

A data e o local da realização das cerimónias fúnebres serão anunciados posteriormente, ainda de acordo com a mesma fonte familiar.