A comissão eleitoral da Casa do Douro esclareceu que todas as candidaturas cumpriram com o número mínimo de candidatos suplentes, em resposta a uma impugnação apresentada por um grupo de viticultores, foi divulgado esta quinta-feira.

Os viticultores subscritores da impugnação alegavam que o processo para as eleições na Casa do Douro, que decorrem no sábado, “está recheado de irregularidades”, pedindo a exclusão das listas candidatas e a suspensão do ato eleitoral.

Grupo de viticultores quer suspender eleições na Casa do Douro por irregularidades

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Como exemplo das irregularidades detetadas, apontaram o incumprimento do número mínimo de candidatos suplentes e um caso em que o candidato na lista da direção é também candidatado ao conselho regional.

Na resposta à reclamação submetida na segunda-feira e a que a agência Lusa teve acesso esta quinta-feira, a comissão eleitoral, presidida por Gilberto Igrejas, presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), esclareceu que todas as candidaturas cumpriram com o número mínimo de candidatos suplentes.

Quanto ao caso em que um candidato numa lista da direção é também candidato ao conselho regional, a comissão disse que, segundo o regulamento, a qualidade de membro da direção é incompatível com a de membro do conselho regional de viticultores.

“Mas esse normativo legal não trata essa incompatibilidade como, se de facto, o candidato não pudesse apresentar candidatura. Efetivamente só após o processo eleitoral a incompatibilidade referida poderá ocorrer ou não, devendo, nessa altura, o candidato optar pela qualidade de membro da direção ou de membro do conselho regional”, pode ainda ler-se na resposta.

Entretanto, os subscritores do pedido de impugnação já disseram que vão aguardar pelos resultados eleitorais, a fim de verificar o cumprimento do regulamento eleitoral e da legitimidade da sua representatividade, e adiantaram que, tal caso não se verifique, poderão recorrer à via judicial.

O primeiro ato eleitoral na Casa do Douro, depois de restaurada pelo Parlamento como associação pública de inscrição obrigatória, está marcado para sábado, tendo sido submetidas duas listas para a direção, mas em simultâneo será também eleito o conselho regional de viticultores.

A lista A — Devolver a Casa do Douro aos Pequenos e Médios Viticultores — é liderada por Manuela Alves e a lista B  —Douro Unido — é encabeçada por Rui Paredes.

No sábado, das 14h00 às 18h00, cerca de 19 mil viticultores vão ser chamados a votar em 74 assembleias de voto, espalhadas por 17 círculos eleitorais. O mandato é de três anos.

A Casa do Douro, com sede no Peso da Régua, distrito de Vila Real, foi criada em 1932, viu alterados os seus estatutos para associação com gestão privada e inscrição facultativa em 2014 e regressa agora como associação pública de inscrição obrigatória.