As críticas à operação da PSP na zona do Martim Moniz, em Lisboa, são “injustas” e devem-se a uma tentativa da oposição de “partidarizar” a questão. É esta a posição do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, que veio este sábado defender que “as pessoas na rua” se sentem inseguras e que por isso mesmo o policiamento deve ser reforçado.
Em declarações aos jornalistas, à margem de um evento da Comunidade Vida e Paz, Moedas assegurou que hoje em dia existe em Lisboa “uma perceção de insegurança, que está aliada a uma insegurança que tem vindo a aumentar, sobretudo em termos de violência”. E por isso os habitantes acabam por “querer mais policiamento”, um desejo com que Moedas concorda: “Precisamos de mais polícia em Lisboa”.
Já as críticas à recente, e polémica, operação não são “sérias”, sentenciou: “Este tipo de operações aconteceu com primeiros-ministros anteriores que eram socialistas e nunca ninguém disse nada, e agora de repente há uma revolta em relação a isto”, disparou, acusando a oposição de ser “populista” e de estar a “partidarizar” o trabalho das forças de segurança.
Aos jornalistas, o autarca fez um balanço da presença das forças de segurança na capital, lembrando que em 2010 existiam oito mil polícias em Lisboa e que atualmente são 6.700. Ou seja, não só o número diminuiu como, dado o contexto, até devia ter aumentado, assegurou. E criticou tanto o Governo anterior, do PS, como o atual, liderado por Luís Montenegro, por “só terem dado 25 polícias” quando o autarca considerava que a cidade precisaria de 200 novos agentes municipais.
Depois, Moedas defendeu o seu próprio papel enquanto presidente da Câmara, “sempre presente, com uma proximidade enorme das pessoas”, e disse estar a ser alvo de críticas que são de uma “injustiça enorme” ao não se distanciar da operação conduzida pela PSP.
“Conheço muito bem a rua do Benformoso, vou lá almoçar, conheço aquelas pessoas. Não aceito lições de moral: já fui imigrante e sou casado com uma imigrante, vivo com uma família de imigrantes e conheço muito bem essas situações, tenho pessoas na família que vieram da Tunísia, Marrocos”, atirou, recorrendo a um argumento que já tem usado quando é criticado por posições relativas à imigração. “Tentar colar-me a situações ou ideologias de esquerda ou de direita não cola”.