Em nove encontros, mais derrotas do que vitórias. A paragem de Natal chegou no contexto que Ruben Amorim mais poderia temer dentro das grandes dificuldades que iria sempre enfrentar perante a forma com que chegava ao Manchester United mas, até pela forma como a equipa tinha tentado dar respostas nos três últimos encontros, a pesada derrota em Old Trafford frente ao Bournemouth acabou por ser um passo atrás no trajeto do técnico português em Inglaterra. Mais uma vez sem Marcus Rashford por opção, mais uma vez a sofrer com outro calcanhar de Aquiles acima do maior de todos os problemas: os lances de bola parada.

Fez sentido os adeptos saírem mais cedo: Bournemouth humilha United em Old Trafford e Amorim soma terceira derrota em quatro jogos na Liga

Dean Huijsen inaugurou o marcador este domingo na sequência de um livre lateral na direita, neste caso em antecipação à marcação direta de Zirkzee ao primeiro poste para um desvio de cabeça que fez o 1-0 deixando Onana sem reação. No entanto, o grande problema voltou a ser a má entrada na segunda parte em termos defensivos, com mais dois golos sofridos de rajada nesse período que sentenciaram o encontro e o resultado final. Ao todo, desde que assumiu o comando do United, Amorim viu a equipa sofrer 17 golos (quase dois de média por jogo), sendo que quase metade surgiram nos 20 minutos iniciais da segunda parte.

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A isso juntou-se um dado que tem o treinador português com tanto de “vítima” como de culpado: ao fazer apenas sete pontos em 18 possíveis nos seis encontros para a Premier League e depois de perder três das últimas quatro partidas na prova, o Manchester United manteve o 13.º lugar no Campeonato e vai passar o Natal pela primeira vez na história na segunda metade da tabela classificativa, sendo que até ao final do ano ainda vai defrontar o Wolverhampton de Vítor Pereira (fora, dia 26) e o Newcastle (casa, dia 30). Entre todos esses registos, até o facto de Marcus Rashford voltar a ficar de fora pela terceira vez por opção.

“É um jogo difícil num momento difícil e nós sentimos isso no estádio. Sofremos outra vez o primeiro golo de bola parada sem que antes tivéssemos concedido nada praticamente… Também não estávamos a jogar muito mas fomos depois ganhando segundas bolas, criámos várias oportunidades, estivemos muito perto do golo em situações em que temos de marcar. Depois do intervalo aconteceu o que tinha acontecido também com o Tottenham, sofremos dois golos muito cedo, quisemos lutar depois contra muita coisa, o adversário, o momento, o contexto, criámos ocasiões mas não conseguimos mudar o resultado”, comentou Amorim após a derrota diante do Bournemouth, em declarações na flash interview na DAZN.

“É sempre muito difícil, o Manchester United perder em casa por 3-0 seja contra quem for é sempre muito complicado mas sabíamos que o desafio era grande e temos de lutar contra este momento. Acontece no futebol, é muito duro para os adeptos, para o treinador, para os jogadores mas temos de seguir em frente… Estávamos mais perto de empatar do que de sofrer o segundo golo, depois houve o penálti, sofremos a seguir o terceiro e torna tudo muito mais difícil, já é um sofrimento até ao fim, tentar um golo, tentar não sofrer mais num clube muito grande… Já sabíamos que ia ser assim. Bolas paradas? Sim, é um contexto diferente, não temos a equipa mais possante nesse aspeto mas temos de trabalhar mais”, referiu.

“Não há outro caminho agora, é olhar para o próximo jogo, treinar aquilo que pudermos treinar, tentar mostrar aos jogadores as coisas que estamos a fazer bem, porque há algumas coisas que estamos a fazer bem não olhando só para os resultados e tentar ganhar o jogo. Rashford? É uma opção. Tento escolher os melhores jogadores para ganhar o jogo, só isso”, concluiu o técnico português, que na próxima jornada, logo no dia seguinte ao Natal, defronta outro técnico nacional, Vítor Pereira, que entrou a ganhar no Wolves.

“É difícil procurar duas ou três vitórias mas estamos a tentar. Este jogo foi duro para nós. Sofremos novamente nos lances de bola parada e estávamos um pouco nervosos, senti isso no estádio. O penálti e um golo logo a seguir é difícil. Tentámos marcar alguns golos mas foi um jogo complicado. Se olharmos para o jogo, estávamos a defender bem antes do primeiro golo, tivemos oportunidades. Se tivéssemos conseguido marcar nessa fase, então o jogo poderia ter sido diferente. Queremos marcar mas estamos demasiado nervosos. Há que combater isto. Temos de controlar melhor estas situações, concentrarmo-nos na tarefa e não no que se sente no estádio. É a única forma que conheço para focar os meus jogadores. Temos de sofrer mas vamos tentar ganhar. Vamos fazer isso até ao fim”, dissera antes.