A Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta (FPCUB) defendeu esta segunda-feira “medidas concretas” para reforçar a segurança rodoviária e, em particular, dos ciclistas, após o atropelamento fatal de Pedro Sobral em Lisboa.

“Queremos uma ação concreta para melhorar a segurança nas estradas, em particular dentro das localidades”, sublinhou Filipe Beja, membro do Conselho Consultivo para a Mobilidade Sustentável da FPCUB.

Em conferência de imprensa na Avenida da Índia, em Lisboa, junto ao local onde, no sábado, o presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) foi vítima de atropelamento seguido de fuga enquanto circulava de bicicleta, o porta-voz da federação lamentou a morte de Pedro Sobral.

“Enquanto utilizadores de bicicleta, lamentamos esta situação, mas não podemos prolongar, de lamento em lamento, uma situação que nos afeta a todos”, afirmou Filipe Beja, que recordou, citando dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, que mais de 270 pessoas morreram nas estradas portuguesas nos primeiros sete meses de 2024.

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Sublinhando que a “sinistralidade rodoviária precisa de intervenção”, Filipe Beja defendeu medidas de investimento, de fiscalização e controlo do cumprimento dos limites de velocidade, e do alargamento das redes de ciclovias.

“Em Lisboa faz todo o sentido, em muitas situações com velocidade excessiva, como aqui se verifica diariamente, ter proteção dos utilizadores de bicicleta em ciclovia”, afirmou, referindo como exemplo a Avenida da Índia, onde considera haver espaço suficiente para essa opção.

Por outro lado, a FPCUB defende também a criação de um fundo intermunicipal de investimento, indexado à melhoria dos resultados da segurança rodoviária nas cidades.

“Temos de agir, umas vezes executando obra, às vezes com mais sinalização ou acalmia de tráfego, outras vezes prevendo ciclovias, em segurança e com visibilidade”, resumiu.

Filipe Beja afirmou ainda que a responsabilidade é coletiva e, por isso, a federação pediu uma audiência ao Presidente da República para apresentar as propostas e apelou ao cuidado na circulação rodoviária durante a época festiva.

“A resposta é política e é de todos os cidadãos. Não podemos conviver com esta consciência desculpabilizante do excesso de velocidade, da alcoolemia“, comportamentos que podem resultar em morte, não só para os próprios condutores, como para terceiros.

O presidente da APEL, Pedro Sobral, 51 anos, morreu no sábado depois de atropelado por uma viatura ligeira cujo condutor se pôs em fuga, apresentando-se às autoridades horas depois, acompanhado por um advogado.