A Fundação Eça de Queiroz, no concelho de Baião, vai receber um apoio de 75 mil euros do Estado para “assegurar projetos futuros”, revelou esta sexta-feira o Ministério da Cultura.

Em nota de imprensa, o ministério refere que a atribuição deste apoio é oficializada com a visita da ministra Dalila Rodrigues, no sábado, à Fundação Eça de Queiroz, nas vésperas da trasladação do escritor para o Panteão Nacional, em Lisboa.

Entre os projetos futuros a serem abrangidos por aquele apoio está a realização do seminário queirosiano “Curso Internacional de Verão” e do seminário de tradução “CET Tormes”.

O Ministério da Cultura dá ainda conta que já teve uma reunião com a Fundação Eça de Queiroz, que é presidida pelo escritor Afonso Reis Cabral, um dos bisnetos de Eça de Queiroz.

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“A Fundação Eça de Queiroz, em reunião havida no Ministério da Cultura, considerou fundamental promover a atualização do núcleo expositivo da instituição, que inclui o espólio de Eça de Queiroz”, explicita o comunicado.

A Fundação Eça de Queiroz, sediada na Casa de Tormes, na freguesia de Santa Cruz do Douro, concelho de Baião, vai homenagear o autor de “Os Maias” durante o fim de semana, antecipando a cerimónia de concessão de honras de Panteão Nacional ao escritor, na próxima quarta-feira.

Sessões evocativas de Eça de Queiroz, uma oficina de escrita de ficção a partir da obra queirosiana pela escritora Filipa Melo, anúncio dos vencedores das bolsas de Residência Literária, um jantar-tertúlia com o escritor Mário Cláudio, visitas guiadas gratuitas, em que será possível ver peças raramente mostradas ao público, incluindo desenhos e manuscritos do escritor, fazem parte desta programação especial.

A ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, participará numa vista guiada à Casa de Eça de Queiroz e estará nas intervenções evocativas do escritor, que antecipa o anúncio da abertura das candidaturas ao Prémio Literário da fundação.

No domingo, a urna contendo os restos mortais de Eça de Queiroz estará em câmara-ardente no átrio principal da Casa de Tormes, perto dos objetos que o rodearam em vida, como a secretária onde escrevia e os livros da sua biblioteca.

Ainda no domingo, à tarde, o Movimento de Cidadãos Baionenses, contrário à trasladação, promove uma concentração, que diz ser “de indignação”, junto à entrada para Tormes.

Os restos mortais de Eça de Queiroz (1845-1900) vão ser trasladados para o Panteão Nacional por decisão tomada no Parlamento e depois de resolvida a contenda judicial com os familiares do escritor que se opunham a esta possibilidade.