A situação política na Áustria continua em clima incerto e, neste momento, está tudo nas mãos do líder da extrema-direita, o Partido da Liberdade (FPO), que pede responsabilidade a Christian Stocker, presidente interino do Partido Popular Austríaco (OVP), que substituiu Karl Nehammer, após a demissão na sequência do falhanço das conversações para formar um novo governo.

Na primeira declaração depois de o Presidente austríaco, Alexander van der Bellen, ter dado luz verde para que o FPO tente uma coligação que lhe permita liderar o governo, Herbert Kickl pediu a Christian Stocker que seja “honesto” nas negociações ou que se prepare para novas eleições — sendo que as sondagens dão uma subida que deixaria a extrema-direita mais confortável e uma queda para o OVP.

“Um governo honesto deve ser precedido por negociações honestas”, sublinhou Kickl, citado pela agência Reuters, enquanto alertou aqueles que podem vir a ser os parceiros de governo: “Nada de joguinhos, nada de truques, nada de sabotagem.”

No mesmo sentido, o líder do Partido da Liberdade pediu ainda que Stocker garanta que o partido está unido e estável antes de entrar numa coligação, já que o partido está a atravessar uma fase de divisões internas que poderá contribuir para que as negociações não cheguem a bom-porto.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Se não for esse o caso, haverá eleições antecipadas. Estamos prontos”, assegurou Kickl, crente de que as sondagens podem transformar-se em resultados reais e permitir que o FPO governe de maneira mais folgada.

Apesar de nas últimas eleições na Áustria o FPO ter vencido com 28,8% dos votos e o OVP ter ficado em segundo lugar, o presidente Van der Bellen encarregou Nehammer de formar governo, mas o chanceler cessante recusou-se a fazer parte de uma coligação com a extrema-direita, uma opção seguida por outros partidos que impossibilitou as negociações.

Com as tentativas a falharem no início de janeiro, o chefe de Estado acabou por dar a possibilidade ao FPO, que agora procura uma solução com o novo presidente interino do OVP.

Chanceler austríaco vai demitir-se após fim das negociações para formar governo