A entrada de aves em zonas de proteção ou vigilância, face à gripe aviária, provenientes de estabelecimentos fora das zonas de restrição, só é possível se estas se destinarem ao abate imediato, clarificou a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária.
“Apenas poderão ser autorizadas entradas nas zonas de proteção e na zona de vigilância de aves, provenientes de estabelecimentos situados fora das zonas de restrição, caso o destino seja o abate imediato em centros de abate localizados nestas zonas”, lê-se numa nota informativa da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV).
Por outro lado, não podem ser concedidas derrogações à entrada de aves, de estabelecimentos que estão fora das zonas de restrição, para cria ou recria, para explorações dentro destas mesmas áreas.
Quando são confirmados focos de infeção pelo vírus da gripe aviária em aves domésticas, são estabelecidas zonas de restrição sanitária num raio de três quilómetros (zona de proteção) e de 10 quilómetros (zona de vigilância) em redor de cada foco.
Entre estas restrições está a proibição dos movimentos de aves e dos seus produtos.
Mais de 840 focos de gripe das aves reportados na Europa entre outubro e janeiro
Na segunda-feira, a DGAV anunciou que tinha sido detetada gripe das aves numa exploração de galinhas poedeiras em Sintra, Lisboa, tendo sido aplicadas as medidas de controlo, que incluem a inspeção do local onde a doença foi detetada, o abate dos animais infetados e a limpeza das instalações.
O número de galinhas que morreram pela doença ou foram abatidas na sequência da confirmação do foco ascende a 55.427, o que corresponde ao total dos animais daquela exploração.
Foram ainda impostas restrições à movimentação e as explorações com aves nas zonas de restrição (num raio de 10 quilómetros em redor do foco) estão a ser vigiadas.
A DGAV pediu também a todos os operadores que comuniquem qualquer suspeita de doença, sublinhando que a deteção precoce dos focos “é essencial para a implementação célere de medidas de controlo”.
No mesmo dia em que foi confirmado o caso em Sintra, a Direção-Geral da Saúde (DGS) esclareceu que, até à data, não tinham sido identificadas pessoas com sintomas ou sinais sugestivos de infeção por este vírus (H5N1).
A transmissão do vírus para humanos acontece raramente, tendo sido reportados casos esporádicos em todo o mundo.
Contudo, quando ocorre, a infeção pode levar a um quadro clínico grave.
A transmissão ocorre, sobretudo, através do contacto com animais infetados ou com tecidos, penas, excrementos ou inalação de vírus por contacto com animais infetados ou ambientes contaminados.
Na sequência deste caso, Macau e Hong Kong proibiram a importação de frango a partir de Lisboa.
Já tinham sido confirmados em Portugal, na corrente época epidemiológica, três casos de infeção pelo vírus da gripe aviária de alta patogenicidade em aves selvagens, nomeadamente numa gaivota-de-patas-amarelas, em Quarteira, Loulé, numa gaivota-de-asa-escura, em São Jacinto, Aveiro, e numa gaivota-de-patas-amarelas em Olhão, Faro.