O Parlamento rejeitou esta sexta-feira uma resolução da Iniciativa Liberal em que se recomendava ao Governo a defesa da liberdade política, religiosa e dos Direitos Humanos no Tibete, acusando a China de interferência na “reencarnação” do Dalai Lama.
Este projeto de resolução teve os votos do Chega, além da Iniciativa Liberal, a abstenção do PS, Bloco de Esquerda e CDS, mas foi chumbado pelas bancadas do PSD e PCP.
Assinado em primeiro lugar pelo deputado Rodrigo Saraiva, da Iniciativa Liberal (IL), o diploma refere que o Tibete tem sido palco “de uma repressão sistemática, com o objetivo de eliminar a sua identidade cultural, religiosa e linguística”.
“O 14.º Dalai Lama, líder espiritual e político do Tibete, foi forçado a exilar-se na Índia, onde continua a liderar a luta pacífica pela autodeterminação do povo tibetano”, lê-se no diploma, em que também se adianta que o Governo chinês “nomeou, entretanto, um substituto ilegítimo para o cargo, rejeitado pelo povo tibetano e pela comunidade budista internacional”.
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“A interferência chinesa nas tradições religiosas do Tibete não é apenas uma violação da liberdade religiosa, mas também uma estratégia política e colonialista para consolidar o controlo sobre o território e enfraquecer a resistência cultural e espiritual do povo tibetano”, acusa a IL.
Na parte resolutiva do projeto, a IL pedia ao Governo que rejeitasse “publicamente qualquer interferência da República Popular da China no processo de reencarnação do Dalai Lama e afirmação do Panchen Lama, reafirmando que estas decisões cabem exclusivamente à comunidade budista tibetana, em consonância com as suas tradições espirituais e religiosas”.
A IL recomendava também ao Governo que defendesse, “em articulação com a União Europeia, o direito à liberdade religiosa e cultural do povo tibetano, condenando todas as tentativas da República Popular da China de manipular ou controlar práticas religiosas e espirituais no Tibete”.