O secretário de Estado da Justiça afirmou esta sexta-feira que ainda não há data para que o portal Citius volte a funcionar, mas garante que o Ministério da Justiça emitirá um comunicado na segunda-feira sobre a situação da reforma do setor.

“O Ministério da Justiça emitirá na segunda-feira um comunicado circunstanciado” relativo à reforma da Justiça, nomeadamente a situação da plataforma informática Citius, que não se encontra operacional, referiu António Costa Moura, acrescentando que “não há uma data fixa” para que o portal volte a funcionar, mas que “há um planeamento que tranquilamente” está a ser executado.

O governante falava aos jornalistas, à margem do 9.º Encontro Anual do Conselho Superior de Magistratura, que decorre entre esta sexta e sábado numa unidade hoteleira da Figueira da Foz, onde esteve presente em representação da ministra da Justiça.

“Sabemos exatamente quais são as deficiências, conhecemos os problemas e temos já as chaves” para os resolver, sublinhou, escusando-se, por diversas vezes, a adiantar mais informações ou a fazer comentários sobre a situação do portal Citius, que serve os tribunais.

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António Henriques Gaspar, presidente do Conselho Superior de Magistratura, que discursou na abertura do encontro, disse à comunicação social esperar que o Citius “esteja a funcionar no tempo mais próximo possível”.

Entretanto, na quinta-feira, o Sindicato dos Oficiais de Justiça solicitou ao Presidente da República a convocação do Conselho de Estado, justificando que o “Estado de Direito encontra-se suspenso” por alegada “inoperância dos sistemas informáticos e falta de preparação dos decisores políticos”.

O SOJ observa que, decorridas duas semanas de suspensão na prática do Estado de Direito, com as falhas ocorridas na plataforma informática Citius, que serve os tribunais, o que se verifica é que “os decisores políticos continuam sem assumir as suas responsabilidades e, pior, nem sem dignam a dar explicações ao país”.

A implementação da nova organização judiciária, em vigor desde 01 de setembro, foi afetada pelas deficiências detetadas no sistema Citius, ferramenta informática utilizada por funcionários judiciais e magistrados no trabalho diário nos tribunais.

Na quinta-feira, o PS pediu a demissão da ministra da Justiça devido aos problemas no Citius e consequentes atrasos no novo ano judicial.