Os socialistas não falam da questão da dívida pública, nem tão pouco admitem se a querem renegociar. No dia em que o PCP disse que ia apresentar uma iniciativa parlamentar para propor a renegociação da dívida, o PS fecha-se em copas sobre o assunto.

Carlos César, líder parlamentar, deixou a reação a cargo do deputado Ascenso Simões, deputado eleito por Vila Real onde decorrem as jornadas parlamentares. E aos jornalistas, o parlamentar apenas disse que é na Assembleia da República que irão ser resolvidas as divergências e “encontradas soluções”. “O PS e os seus parceiros de suporte de governo têm encontrado todas as soluções para que a solução governativa se afirme e que possa trazer para o país mais desenvolvimento e bem-estar. Não está em causa, como todos perceberão qualquer solução governativa ou o OE que será certamente debatido e aprovado”.

Os socialistas desviam assim o assunto para o Orçamento do Estado, evitando falar da proposta da dívida pública do PCP e também do documento interno do Bloco de Esquerda divulgado esta sexta-feira pelo Jornal I. Ascenso nunca se referiu a estas questões, mas quando questionado sobre a pressão destas duas iniciativas dos partidos que suportam o governo, disse: “Temos tido uma realidade política e governativa que tem surpreendido por ser bem melhor daquela que tivemos nos últimos quatro anos”.

No Fórum da TSF, o deputado socialista João Paulo Correia disse que a reestruturação “não é um tema proibitivo, é premente” mas também “um tema sensível”. E atirou logo com a teoria do bom aluno na Europa: “O país tem que dar um contributo e dar um passo em frente, apresentar boas contas públicas, isso reforçará a posição do Governo para um patamar que no futuro pode ser esse”.

Segundo o deputado socialista, o Orçamento para 2016 vai no bom sentido, com a redução da dívida pública e do défice estrutural, apesar da “intransigência” de Bruxelas com os países periféricos. De qualquer forma, garantiu que o PS “irá debater com todo o cuidado e empenho as propostas que surgirem com intuito de manter a credibilidade das contas públicas”, considerando que se trata de matéria “complexa e altamente demorada”.

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