Posou nua para uma revista francesa em 1995 quando tinha apenas 25 anos, trabalhou ilegalmente com o visto de turista mal entrou em solo norte-americano, vinda diretamente da Eslovénia, e defende o homem com quem se casou em 2005 com unhas e dentes, mesmo quando este faz comentários sexistas.

Melania Trump será aos 46 anos de idade a nova primeira-dama dos EUA, depois de o candidato republicano Donald Trump ter ganho as eleições presidenciais desta terça-feira. A ex-modelo vai quebrar o molde ao ser a segunda primeira-dama estrangeira dos EUA, a primeira desde o século XIX. Mas quem é, afinal, a terceira mulher do magnata agora presidente-eleito?

Da Eslovénia às passarelas

Melania nasceu Melanija Knavs a 26 de abril de 1970 — tem menos 24 anos do que o marido — em Sevnica, atual Eslovénia e antiga Jugoslávia. É filha de um membro do partido comunista de nome Viktor Knavs, que administrava concessionárias de automóveis para um fabricante de veículos estatais, e de Amalija Ulnik, cuja profissão era desenvolver padrões numa fábrica de roupas para crianças. À GQ garantiu ter tido uma infância feliz, numa entrevista cuja fotografia de capa é Melania a tomar uma espécie de pequeno-almoço composto por jóias.

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A entrada no mundo na moda aconteceu quando Melania tinha apenas 16 anos, sendo que dois anos depois conseguia um contrato com a agência de modelos italiana ID, sediada em Milão. Seguiram-se passarelas e sessões fotográficas para revistas de todo o mundo. “A minha mãe estava na indústria da moda. Eu tinha cinco anos quando fiz o meu primeiro desfile e aos 16 estava a fazer anúncios. Tornei-me [modelo] profissional depois dos meus estudos. A minha mãe adorava moda. Adorávamos viajar”, chegou a recordar o britânico The Mirror.

Uma modelo de polémicas

Em 1996 Melania rumava a Nova Iorque para garantir a carreira de modelo e o sucesso adjacente. É precisamente nessa altura que a mulher de Trump terá trabalho ilegalmente, com um visto de turista. Isto segundo a informação apurada pela Associated Press, que afirma que Melania fez uma dezena de trabalhos como modelo pelos quais recebeu 20 mil dólares (o equivalente a cerca de 18 mil euros ao câmbio atual) semanas antes de ter obtido autorização legal para trabalhar nos EUA.

Outra polémica associada à carreira de modelo passa pelas fotografias nuas da futura primeira-dama que o jornal norte-americano New York Post publicou em tempo de campanha eleitoral. À data do ensaio fotográfico feito para a revista francesa Max, já extinta, Melania tinha apenas 25 anos e usava o apelido Krauss.

Plágio: de uma primeira-dama para outra primeira-dama

Estávamos ainda no verão quando o discurso que Melania Trump deu na Convenção do Partido Republicano correu o mundo pelas piores razões. Acontece que foram identificadas duas passagens extremamente semelhantes a um discurso que Michelle Obama fez em 2008. A falha foi posteriormente assumida por Meredith McIve que trabalha há anos com Trump.

Um marido que é uma mão cheia de trabalho

Melania e Trump conheceram-se em 1998 quando ela tinha 28 e ele já passava dos 50 anos. O encontro aconteceu numa festa em Manhattan e os dois viriam a casar-se em 2005 em Palm Beach, na Florida, estado onde o magnata se saiu vencedor nas eleições de terça-feira. À data, o vestido de noiva da ex-modelo custou quase 160 mil euros.

A eslovena é a terceira mulher de Donald Trump e mãe de Barron Trump, de 10 anos, a quem chama de “mini-Donald”. Melania é também a madrasta de Donald Jr, 38, Ivanka, 34, Eric, 32, do primeiro casamento, e Tiffany, de 22, da segunda união.

Atualmente, Melania está à frente de um negócio de joalharia, além de vender produtos no canal de compras QVC, tal como refere o Mirror. Já antes a ex-modelo brincou que, depois de tomar conta do filho e do negócio que detém, o marido — o milionário que tanto gosta de despedir pessoas — é o seu terceiro trabalho.

A verdade é que já não é a primeira vez que Melania tem de sair em defesa do marido: a intervenção mais recente aconteceu no passado mês de outubro quando defendeu o candidato republicano perante as acusações de agressão sexual de que este foi alvo. Depois de vários meses em silêncio, a mulher de Trump reapareceu em público para conceder uma entrevista à CNN e defender a sua inocência contra as acusações de assédio sexual.

As acusações em causa, essas, vêm na sequência de um vídeo gravado em 2005 e entretanto tornado público, onde o agora 45º presidente dos EUA é ouvido a fazer comentários agressivos e de cariz sexual ao referir-se a mulheres. “Grab them by the pussy”, foi a frase que fez muita gente — sobretudo colegas republicanos — corar de vergonha.

Os elogios do presidente-eleito

Donald Trump já antes disse não poder haver melhor primeira-dama: elogiou-a de ser uma ótima mãe, mulher e uma excelente mulher de negócios. Elogios à parte, Melania disse, em entrevista à CNN, ser uma mulher forte, capaz de lidar com qualquer coisa. “As pessoas não me conhecem de verdade. Por favor, não tenham pena de mim”.

Antes disso, em 1999, disse ao New York Times que se algum dia o marido se candidatasse e ganhasse, que seria tal qual uma Betty Ford ou Jackie Kennedy. À data ficou também a promessa de que o iria sempre apoiar.