A PT Portugal poderá ser vendida pela Oi durante a próxima semana, de acordo com uma notícia avançada pela Folha de São Paulo. O negócio faz parte, refere o jornal, de uma operação em que um grupo de três operadoras brasileiras de telecomunicações, que inclui a Claro e a Vivo para além da Oi, tomaria conta da TIM, outra operadora que atua no Brasil.
Fonte oficial da Portugal Telecom SGPS, que é acionista da Oi, negou entretanto a informação de que a venda da operação portuguesa possa ficar fechada no prazo indicado pelo jornal brasileiro. Fonte oficial da PT SGPS adiantou ao Jornal de Negócios que é “impossível que a venda seja feita na próxima semana”.
Antes de ser concretizado, a compra da PT Portugal teria de ser proposta aos acionistas da Oi, e o maior dos acionistas ainda é a Portugal Telecom SGPS, onde estão representados os grupos portugueses Novo Banco, Ongoing, Controlinveste e Visabeira. Só depois é que a operação seria votada no conselho de administração da operadora brasileira. Também a Telecom Italia, dona da TIM, afirmou hoje desconhecer esta operação.
O negócio, que envolve o banco BTG Pactual, também acionista da Oi, resultaria, posteriormente, na cisão da TIM em três partes que ficariam na posse dos três compradores. Em causa, diz o mesmo jornal, está uma operação num valor próximo de dez mil milhões de euros que será oferecido à Telecom Itália, proprietária da empresa alvo, mas todo a transação está condicionada à venda, pela Oi, da Portugal Telecom, que poderá envolver sete mil milhões de euros.
Entre os interessados na PT Portugal estão sobretudo fundos de investimento, entre os quais a Altice.
A TIM é a segunda maior operadora do Brasil em número de clientes, mas apenas quarta em receitas líquidas, num mercado que, sob ambos os critérios, é liderado pela Vivo. Esta empresa foi comprada à PT, em 2010, depois de alguns anos em que as duas operadoras ibéricas mantiveram uma parceria para o mercado brasileiro.
Num comunicado divulgado ao mercado, e disponível no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Oi refere que “contratou” o Banco BTG Pactual “para desenvolver alternativas viáveis de estruturas e de funding para propiciar uma participação” da Oi “como protagonista na consolidação do setor de telecomunicações no Brasil, notadamente para viabilizar proposta para a aquisição da participação da Telecom Italia na TIM Participações”. O BTG Pactual, acrescenta o documento, “tem mantido conversas com terceiros com relação a uma possível” aquisição da TIM, nomeadamente “com a América Móvil, controladora da operadora Claro”.
A Oi explica que “o contato com outros participantes de mercado que possam ter interesse na Operação é um dos papéis do BTG Pactual na qualidade de comissário” para a aquisição da TIM, mas adianta que “até esta data, não há qualquer definição ou acordo com relação a uma estrutura para a Operação, e não foram assinados quaisquer
instrumentos ou propostas visando a uma Operação”. O comunicado tem data de 30 de outubro.
Por fim, a Oi diz que “no que respeita aos seus ativos em Portugal (…) reitera que foi informada que o BTG Pactual, ainda no papel de comissário , foi contactado por diversos interessados (dentre os quais a
Altice) em obter informações selecionadas sobre os negócios da PT Portugal SGPS, S.A., principalmente sobre suas operações em Portugal, para que pudessem eventualmente formular propostas visando à aquisição de tais operações ou de parte de seus ativos não estratégicos”.
Entretanto a agência Bloomberg revelou que já dois candidatos, a MTN e a Vodacom, à compra da participação de 25% da Portugal Telecom, agora na Oi, na Unitel, a operadora móvel angolana controlada por Isabel dos Santos. A Oi já confirmou que a Unitel é um dos ativos da PT que está à venda.