Fábio Sousa garante que a Câmara Municipal de Lisboa sabia que a Junta de Freguesia não concordava com a colocação de parquímetros na zona histórica de Carnide. Em declarações à Antena 1, o presidente da Junta de Carnide acusou “tanto o presidente da EMEL como o presidente da Câmara Municipal de Lisboa” de mentirem e de mostrarem má fé.

À Antena 1, Fábio Sousa explicou que a Junta de Freguesia se “pronunciou negativamente há dois meses” num email enviado à Câmara de Lisboa e que existe inclusivamente uma petição assinada por mais de 1.500 habitantes de Carnide. “Por isso, não faz sentido nenhuma das declarações proferidas pelo presidente da EMEL”, afirmou, aproveitando a oportunidade para lançar um desafio a Luís Natal Marques e também a Fernando Medina:

“Que faça aquilo que nós pedimos para fazer que é receber-nos com carácter de urgência em vez de vir fazer declarações completamente despropositadas”.

Defendendo que “qualquer tipo de alteração significativa na vida das pessoas” deve ser “alvo de discussão pública”, o presidente frisou que “isto não é uma política do quero, posso e mando, de imposição a favor de uma política de favorecimento da EMEL”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Em declarações à TSF, Luís Natal Marques disse que foi o próprio Fábio Sousa que pediu a instalação de parquímetros na zona, contrariando assim a versão do presidente da Junta de Carnide. Durante a manhã desta quinta-feira, Helena Carvalho, diretora de Institucionais e Cidadania da mesma empresa, considerou estranha a posição da Junta, uma vez que o seu presidente nunca se mostrou contra a medida.

“Em janeiro, na [reunião] descentralizada, o presidente da junta estava lá e não se manifestou. Aliás, estive a rever as atas dessa reunião e não encontrei qualquer posição dele relativamente a este assunto”, disse a responsável à Agência Lusa.

Os parquímetros, que tinha sido instalados pela EMEL no centro histórico de Carnide na sexta-feira passada, foram arrancados durante a madrugada desta quinta-feira. A Câmara Municipal de Lisboa classificou o ato como “grave e inédito, de deliberada danificação de património municipal, e um ato inaceitável num estado de direito”. Fábio Sousa, por outro lado, afasta a hipótese de se ter tratado de vandalismo.