O ex-líder parlamentar do PS Alberto Martins vai encabeçar a quota de elementos da minoria “segurista” para a Comissão Nacional, na quota de cerca de 30% que António Costa negociou com a ala derrotada nas últimas primárias. Mas, segundo confirmou o Observador, Costa traçou uma linha nesse entendimento: no secretariado nacional – que é o órgão mais reduzido, o núcleo duro do líder socialista, não há quotas: “É um lugar da máxima confiança política”, justifica uma fonte próxima de Costa.

A decisão apanhou aparentemente de surpresa os apoiantes do antigo líder: “Tudo indicava que seria um secretariado de unidade. O líder quis assim, é o seu direito”, disse João Proença, admitindo ter ficado “surpreendido” com a decisão. “É uma escolha do próprio secretário-geral, está no âmbito das escolhas dele”, disse também Miguel Laranjeiro, um dos mais próximos de Seguro, em declarações à TVI durante a noite. Os seguristas não dramatizam – mas nos corredores vão lembrando que Seguro integrou no Secretariado vários apoiantes de Costa (que se demitiram assim que foi aberta a guerra interna).

Mas a noite de sábado ficou marcada por uma outra polémica entre as duas alas do partido: Francisco Assis decidiu ficar de fora de todos os órgãos nacionais, abandonando o congresso em protesto por não lhe ter sido permitido discursar – apesar de se ter inscrito para tal ao final da manhã. Assis discorda do caminho político que tem sido apontado no congresso por alguns dos principais apoiantes de Costa, como Ferro Rodrigues e o “vice” da bancada socialista, Pedro Nuno Santos. Se estes dois socialistas defendem um entendimento e políticas mais à esquerda, Assis defende entendimentos preferenciais com o PSD — o que defendeu abertamente numa entrevista recente no Observador.

O segurista Miguel Laranjeiro foi também questionado sobre a saída de Assis do congresso: “Se falasse ao congresso todos nós ficaríamos enriquecidos. Concordando ou não concordando”.

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