Uma década depois, prolonga-se a dinastia. Desde 2008 que o mundo do futebol se resume a dois reis: Cristiano Ronaldo e Lionel Messi. Ou ganha um, ou ganha outro e não há ninguém capaz de se intrometer nesta luta a dois de dois extraterrestres que se dividem em múltiplas competições para conquistar títulos individuais e coletivos. E não seria de espantar se essa linhagem se prolongasse por mais um, dois ou três anos.

No entanto, Ronaldo, com 32 anos, e Messi, com 30, têm solução para tudo menos para contornar a idade. E 2018 tem um contexto especial: além de ser ano de Campeonato do Mundo, a própria Liga dos Campeões vai ter já nos oitavos-de-final cruzamentos “anormais” para essa fase da prova (Real Madrid, Bayern, Juventus ou Chelsea passaram em segundo e não serão cabeças-de-série). Haverá uma quebra nesta dinastia? Parece improvável… mas só a breve prazo. E existem dez candidatos (entre muitos outros) ao trono.

Neymar (PSG/Brasil)

O dinheiro também deverá ter contado, mas a verdade é que, acima de qualquer outra razão, Neymar saiu do Barcelona para o PSG na maior transferência de sempre (222 milhões de euros) para deixar a sombra de Messi e fazer o seu caminho rumo à Bola de Ouro. Já em 2018, o avançado de 25 anos poderá entrar realmente nas contas (até agora, foi sempre Ronaldo, Messi e outro) caso o PSG consiga ir longe na Champions – ganhar o Campeonato parece inevitável, face à vantagem que já tem – e o Brasil vingue no Mundial.

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Kylian Mbappé (PSG/França)

O avançado que se transferiu por empréstimo do Mónaco para o PSG (com uma cláusula obrigatória de compra de 180 milhões de euros, o que fará dele a segunda maior transferência de sempre) está ainda numa fase de ver e aprender, mas tem batido recordes de precocidade a nível nacional e na Champions. Com 18 anos, Mbappé terá ainda uma outra vantagem: além de ter bons “professores” em Paris como Neymar ou Cavani, vai apanhar uma nova geração francesa entre os 22/25 anos que promete continuar a colocar os gauleses nas decisões.

Isco (Real Madrid/Espanha)

Aos 25 anos, o médio ofensivo soube esperar pela sua oportunidade no Real, à sombra de uma equipa-tipo que se fechava entre Casemiro-Modric-Kroos no meio-campo e Bale-Benzema-Ronaldo no ataque para começar a aparecer, provar que em nada o modelo de jogo afetava um jogador da sua qualidade e ganhar a titularidade não só na equipa mas também na seleção espanhola. Isco é uma máquina de jogar futebol, com aquele recorte técnico de quem joga sem olhar e adivinha antes de acontecer, mas vai depender do Real e da própria Espanha.

Kevin De Bruyne (Manchester City/Bélgica)

A derrota da Bélgica frente ao País de Gales nos quartos-de-final do último Campeonato da Europa acabou por adiar algo que parece inevitável: os Diabos Vermelhos estão prontos para regressarem aos grandes palcos com uma fantástica equipa onde se destacam três jogadores: Hazard, do Chelsea; Lukaku, do Manchester United; e Kevin De Bruyne, do Manchester City. O último, agora com Pep Guardiola no comando, deu um salto fantástico a nível de qualidade: define melhor, chega mais à área, “lê” mais o jogo. E tem apenas 26 anos.

Coutinho (Barcelona/Brasil)

É o homem do momento: depois da longa novela de verão onde acabou por ficar em Anfield Road, marcou cinco golos (mais duas assistências) em cinco jogos na fase de grupos da Champions pelo Liverpool e já se fala de novo na transferência para o Barcelona. Ninguém entre os catalães esconde que o brasileiro é o “escolhido” para suceder a Neymar e, a partir do momento em que se confirme essa troca, com Mundial em 2018, Coutinho, de 25 anos, dá mais um passo para se chegar à frente na luta pela coroa de sucessor da dinastia de Ronaldo e Messi.

Harry Kane (Tottenham/Inglaterra)

O arcaboiço e o tempo que já ouvimos falar nele podem enganar, mas o goleador inglês tem apenas 24 anos e está agora a começar a aparecer nos principais palcos europeus como a Champions. À semelhança de Lewandowski, por exemplo, Harry Kane é aquele tipo de avançados que começam a rarear a nível mundial e já se especula sobre uma possível ida para Madrid, onde faria dupla com a sua maior referência, Ronaldo. E é fácil fazer as contas: se no Tottenham o dianteiro já faz os estragos que faz, como será numa equipa “maior”?

Paulo Dybala (Juventus/Itália)

Quase todos os anos há um título que parece ser regra na Argentina: “O sucessor de Messi”. Depois, à frente desse chavão, escreve-se um nome. No caso de Dybala, é diferente porque começa a fixar-se nessa posição. O argentino de 24 anos da Juventus, que no ano passado chegou à final da Liga dos Campeões (derrota com o Real), é um dos melhores jogadores do Campeonato italiano e também tenta começar a ganhar o seu espaço na seleção argentina (ainda que à sombra de Messi). No Mundial, ou na época seguinte, logo se verá até onde pode chegar.

Asensio (Real Madrid/Espanha)

O avançado de 21 anos formado no Maiorca e que chegou ao Real Madrid em 2014 assumiu-se como grande revelação da equipa no ano passado e no início da presente temporada, quando falhava Ronaldo, e começou a ser chamado à seleção. Asensio é um prodígio que já ganhou tudo (e curiosamente a marcar em todos os jogos de estreia em cada uma das provas, nacionais e internacionais) e ainda tem muito para aprender e crescer, mas percebe-se que começa a ser trabalhado para, a médio prazo, assumir-se como referência dos merengues.

Dele Alli (Tottenham/Inglaterra)

O médio ofensivo de 21 anos está a assumir cada vez maior protagonismo no Tottenham que, não sendo um “colosso” como o Manchester City, o Manchester United ou o Chelsea, consegue sempre colocar-se no top-3 da Premier League. Na seleção, para onde é chamado desde 2015, representa mais do que um criativo a empurrar os Três Leões para a frente: é o principal fruto da revolução conseguida a nível de camadas jovens no país, que conseguiu ser materializada em títulos. Deve ser a grande transferência do próximo verão.

Dembélé (Barcelona/França)

O avançado francês de 20 anos teve um falso arranque em Barcelona (depois de ter sido a segunda maior transferência do verão), ficando afastado dos relvados três meses após operação, mas prepara-se para regressar e mostrar, em Camp Nou, que consegue atingir o nível alcançado no B. Dortmund. Ousmane Dembélé é ainda um produto em bruto com um longo caminho a percorrer, mas as referências que deixou na Bundesliga mostram que pode chegar longe. Até onde, é a maior incógnita.