Depois de, nos anos 90, a espécie ter praticamente desaparecido do território nacional e de ter sido considerada uma espécie “criticamente em perigo”, o Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia informa que “Portugal está hoje em condições de reintroduzir dois linces, Lynx pardinus, com recurso a um cercado de solta branda, que permitirá a melhor adaptação dos animais ao território”.

A cerimónia de libertação da Jacarandá, proveniente do Centro Nacional de Reprodução de Lince Ibérico (CNRLI), em Silves, e o Kathmandu, que vem de um centro de Espanha, vai contar com a presença do ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva.

O lince ibérico é um símbolo da conservação dos ecossistemas mediterrânicos e uma espécie única, endémica de Portugal e de Espanha, classificada, pela União Internacional para a Conservação da Natureza, como o felino mais ameaçado do mundo.

O (CNRLI) de Silves “tem sido essencial” na estratégia de conservação dos linces ibéricos e trabalha em conjunto com os outros quatro centros localizados em Espanha, no âmbito do projeto LIFE Iberlince, com o objetivo de atingir um número de linces que garantam a sobrevivência da espécie e a diminuição do grau de ameaças.

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Em outubro, o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) tinha assinado contratos com proprietários de dois mil hectares de terrenos, área destinada a receber o lince ibérico e a situação do coelho bravo, principal alimento do lince, estava a ser monitorizada.

Em Julho, foi assinado o Pacto Nacional para a Conservação do Lince-Ibérico que reúne cerca de 20 proprietários, produtores agrícolas, florestais, pecuários e cinegéticos, caçadores, organizações não governamentais, investigadores e administração pública, a que se juntaram mais de mil cidadãos.

No final de novembro, a Quercus, que subscreveu o Pacto, veio exigir a duplicação dos apoios silvo-ambientais e o aumento da eficácia da atribuição das ajudas visando criar condições para a reintrodução do lince ibérico na natureza.

A associação de defesa do ambiente dizia temer que o regresso desta espécie, que estava previsto para janeiro ou fevereiro do próximo ano, e transmitia preocupação com a forma como estavam a ser preparadas as áreas do país que iriam receber os animais, nomeadamente no que respeita ao alimento necessário à sua sobrevivência.