O presidente da distrital de Braga, José Manuel Fernandes, publicou esta sexta-feira um vídeo a defender a legitimidade de Rui Rio ir a votos nas próximas legislativas e acusou denunciou a existência de um “golpe de Estado”. O eurodeputado e líder da terceira maior distrital do PSD destaca, nesse mesmo vídeo publicado no Facebook, que “Rui Rio foi eleito presidente do PSD com voto direto de mais de 22.500 militantes” e que por isso “tem uma legitimidade fortíssima“.
Para José Manuel Fernandes, “os militantes confiaram-lhe a missão de se candidatar a primeiro-ministro de Portugal“, lembrando que “Rui Rio está a meio do mandato, não foi a eleições”, mas “tem esse direito, tem esse dever”. O eurodeputado defende ainda que “o partido não se governa a partir de sondagens” e que “se assim fosse Passos Coelho não teria ganho as eleições apesar de meses desfavoráveis de sondagens”.
Quase no fim do vídeo vem o ataque aos dirigentes que estão a preparar a destituição de Rio por via do Conselho Nacional: “Portugal e os portugueses não alinham, não aceitam golpes de Estado. Portugal e os portugueses querem um PSD forte, credível, transparente e responsável”. Além da referência a golpe de estado, José Manuel Fernandes faz assim referência a um PSD “transparente”, como farpa ao facto de esta movimentação ter sido preparada na sombra.
José Manuel Fernandes veio, já depois do vídeo ser publicado, esclarecer que não imputa, para já, o “golpe de estado” a Luís Montenegro. O eurodeputado disse, em declarações ao Observador, que “se alguém se mostrar disponível para desafiar a liderança isso não é um golpe de Estado”. Faz, portanto uma distinção: acha legítimo alguém desafiar Rio para uma disputa pela liderança, mas considera uma “mancha” para o partido depor um líder por via de uma moção de censura.
José Manuel Fernandes disse ainda que, se Luís Montenegro anunciar que é candidato na sequência da moção de censura e após a moção de censura estará, nesse caso, “não só a apoiar o golpe de Estado como a patrociná-lo.”
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A notícia foi atualizada às 15h18 com declarações do eurodeputado José Manuel Fernandes a explicar que considera um golpe de Estado uma moção de censura, mas não tem o mesmo entendimento de um militante que desafia o presidente eleito para diretas.